Referências para o estudo bíblico

Referências para o estudo bíblico

Um auxílio para professores de escola dominical e amigos da Palavra de Deus.

DESCRIÇÃO DAS HISTÓRIAS DA BÍBLIA

*Sugere-se que os versos indicados com asteriscos (*) sejam memorizados

As citações entre colchetes [ ] pressupõem um maior conhecimento bíblico. e podem ser deixadas de lado conforme a idade das crianças.

84) A ressurreição de Jesus

  1. Três mulheres vão ao sepulcro: Mateus 28:1-8.
  2. Pedro e João no sepulcro: João 20:1-10.
  3. O ressurreto aparece a Maria Madalena. João 20:11-18.
  4. As mentiras dos judeus: Mateus 28:11-15.

Explicação e ensinamentos:

1. Ao cair da tarde de sexta­-feira, Maria Madalena e a outra Maria (a mãe de Tiago e de José:
Mt 27:56) presenciam o sepultamento do Senhor, atentando bem para a localização do sepulcro: Mc 15:47. Mais tarde, antes que rompa o sábado (às 18 horas de sexta-feira), elas preparam os aromas - uma composição de ervas e bálsamos perfumados - pois tão logo passe o sábado (o dia do descanso: Lc 23:56) pretendem embalsamar o corpo de Jesus (Mc 16:1). Ainda está escuro (Jo 20:1), mas Maria Madalena já caminha em direção ao sepulcro; ela ama o Senhor, e nada mais a segura em sua casa. Porém, ela encontra a pedra removida e corre para Simão Pedro (Jo 20:2). Um pouco depois, quando já desponta o sol, a outra Maria e Salomé chegam ao sepulcro (Mc 16:1-2). E o que vêem as duas? Um anjo (Lc 24:4 até mesmo menciona dois). Este tinha removido a pedra (apesar da guarda: Mt 28:2-4) e agora lhes anunciava a notícia da ressurreição (apesar da escolta: Mt 28:5-7), incumbindo-as de notificar aos discípulos e a Pedro (Mc 16:7). Por que Pedro especificamente? Porque ele tinha caído, e agora precisava ser restabelecido; carecia de um encontro especial com o Senhor. E, de fato, Pedro foi o primeiro discípulo a quem o Senhor Se manifestou individualmente (* 1 Co 15:5) (1).

Que graça preciosa: o sepulcro está vazio, Cristo ressuscitou! Cristo não podia ser retido pela morte, pois Ele é o que vive - o que tem vida em Si mesmo (Lc 24:5; Jo 5:26). Afora isso, a morte não tinha direitos sobre Ele, como tem sobre nós, pois em nosso caso ela representa o pagamento devido pelo pecado (At 2:24). A ressurreição do Senhor é um ato da justiça (Jo 16:10) e da glória de Deus (Rm 6:4).

1) Em 1 Co 15: 1-8 são enumeradas sete provas da ressurreição de Jesus (e sete, na Palavra de Deus, é o número que representa a perfeição).
Na história da humanidade há poucos fatos tão irrefutavelmente comprovados como a ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus. E quão importante ela é! Por isso é tão salientada nos discursos dos apóstolos (veja os primeiros capítulos de Atos).

2. Pedra e João chegam ao sepulcro; eles vêem e por isso crêem. Quão bonito teria sido se tivessem crido antes, crido sem precisar ver, crido tão somente na palavra do Senhor (Mt 20: 19). No sepulcro tudo está arrumado: é evidente que não houve luta. Jesus saiu vitorioso da morte.

3. Maria Madalena, grata e feliz por ter sido liberta dos sete demônios (Mc 16:9), passou a dedicar toda a sua devoção ao Senhor. Ela O seguiu desde a Galiléia até o Gólgota. Serviu-O muitas vezes (Lc 8:2-3). E agora, enquanto Pedro e João deixam o sepulcro, Maria fica ali. Para ela o mundo sem o Senhor Jesus passou a representar um deserto vazio; e, assim, ela permanece junto ao sepulcro. O Senhor corresponde ao anseio deste amor: é a Maria que Ele aparece primeiro; ela é a primeira a quem Ele anuncia a nova e gloriosa posição dos remidos (Jo 20:17). Que graça e que privilégio! Visto que Maria tinha permanecido próxima ao Senhor, Ele pôde manifestar-Se a ela, e valer-se dela como mensageira para anunciar a boa nova. Quão importante, por isso, permane­cermos próximos ao Senhor!

4. As mentiras dos judeus demonstram como a consciência deles estava endurecida. Evidencia que eles tampouco iriam crer caso o Senhor se manifestasse também a eles.

O que nos ensina a res­surreição do Senhor?

I. Que Ele é Filho de Deus (Rm 1:4).

II. Que Deus reconheceu e ratificou a obra de Seu Filho (Fp 2:6-9).

III. Que Satanás está vencido (*Hb 2:14; Jo 12:31; 16:33), a morte destruída (* 2 T m 1:10) e o mundo posto sob juízo.

IV. Que o pecado foi redimido, e foi proporcionada uma eter­na redenção (*Rm 4:25; 5:10; *Hb 9:11-12).

V. Que o nosso corpo haverá de ressuscitar (*1 Co 15:21­22; *Rm 8:11; Fp 3:20-21; 2 Tm 1:10).

 

85) Os discípulos de Emaús

Lucas 24:13-35.

Explicação e Ensinamentos:

1. A caminhada de Jerusalém a Emaús leva duas horas. Como é amável que os dois discípulos a caminho estejam falando do Senhor! Este fato dá ensejo para que Ele Se junte à sua companhia. Que graça! Mesmo que os dias sejam difíceis e não compreendamos a mão do Senhor, mas, se fizermos dEle o motivo de nossa meditação e conversação, Ele estará próximo de nós com Sua consolação (SI 23:4). Os discípulos amam ao Senhor, no entanto estão tristes. “Tristes porque não creem na Palavra de Deus”. O Senhor, conhecedor dos corações, ouve a conversa deles (SI 139:1-2) e quer fazê-los felizes.

Por que Ele lhes pergunta, se é sabedor de tudo? Para estimulá-los a abrir-Lhe o coração e confidenciar-Lhe aquilo que os aflige. E como obtém êxito! Em conversa franca, eles Lhe segredam a dor amarga que sentem pela esperança frustrada. Estes eram homens que esperavam pelo "Consolador de Israel", e por isso tinham-se achegado a Jesus, que dissera ser o Cristo, o Messias. Tudo o que tinham visto e ouvido dEle, vinha confirmando-lhes a fé nesta pessoa. Anelavam pela ocasião em que Ele Se manifestaria como Redentor e, reunindo ao Seu redor os que em Israel temessem a Deus, estabelecesse o trono de Davi.

Mas... o que aconteceu? Ele foi elevado, sim, mas na vergonhosa cruz. Usou uma coroa, porém de espinhos. Ele morreu, e com isso desvaneceu­-se a esperança deles. Passaram a considerá-lo um "profeta", que foi "poderoso em obras e em palavras". De fato, comenta-se um boato de Sua ressurreição, mas deve ter sido uma visão de mulheres atordoadas pela amargura. Pedro e João já foram ao sepulcro e o verificaram vazio, e não viram a Ele. Logo não há de ser nada.

2. O Senhor abre-lhes as Escrituras: Agora sim, o Senhor lhes pode responder. Mas o que faz primeiro? Censura a insensibilidade deles; a lentidão em crer na Palavra de Deus. Ele mesmo tinha falado tantas vezes de Sua morte e ressurreição; afora isso, é um tema diversas vezes mencionado nas Escrituras:

- Os sofrimentos e a morte: Gn 3:15 (a ferida no calcanhar); Gn 4 (o sacrifício de Abel); Lv 1­7 (os sacrifícios); SI 22; 69; Is 53.

- Sua glória: SI 2; 8; 45; Is 53 etc. Agora o Senhor lhes expõe as Escrituras. Quão precioso isto não deve ter sido! Mas logo o caminho traz rumos diferentes; o Senhor faz menção de passar adiante, mas em verdade quer apenas despertar neles o desejo:

"Fica conosco!". Podemos ver a seguir como o Senhor Se alegra ao ter os seus consigo para ensiná-las e fazê-las felizes.

3. O Senhor abre-lhes os olhos: Embora o coração deles "ardesse" no caminho ante a maravilhosa exposição das Escrituras, o seu gozo deveria ser completo. É com esse propósito que o Senhor Se lhes dá a conhecer, quando da refeição (2), como o Ressurreto. É tamanha a alegria, que os discípulos deixam tudo como está e voltam apressadamente para Jerusalém, a cidade sanguinária sobre a qual agora paira a noite, pois querem testemunhar daquilo que viram.

(2) Embora tivesse partido o pão (geralmente um emblema de Sua morte), não se tratava aqui da celebração de Sua Ceia memorial; contudo, foi nisto que O reconheceram.

 

86) Jesus aparece aos discípulos e a Tomé

  1. A aparição aos discípulos reunidos: Lucas 24:36-49; João 20:19-23.
  2. Tomé agora está presente: João 20:24-29.

Explicação e Ensinamentos:

1. O discípulos reuniram-se naquela noite da ressurreição; temerosos, eles tinham trancado as portas. Aqueles dois discípulos recém-chegados de Emaús contam o que viram e ouviram: "Realmente o Senhor ressurgiu" (Lc 24:33-34). E eis que, de repente, o Senhor aparece no meio deles e diz: "Paz seja convosco!" (Lc 24:35­-36). Era, de fato, uma saudação corriqueira, mas agora, com o Senhor, estava associada a uma verdadeira comunicação de paz. Ele, que fizera a paz pelo sangue da Sua cruz (*CI 1:20), podia agora proclamar a paz (Ef 2:17).

Você possui esta paz?

Logo o Senhor dissipa o temor dos discípulos e, de maneira tocante, desperta a confiança deles. Dá-lhes três provas de que não se tratava de um espírito, mas de um Homem verdadeiro:

1) Mostra-lhes as marcas dos pregos;

2) Deixa que O toquem (tinha, portanto, um corpo verdadeiro) e;

3) Come. Os discípulos se alegram sobremaneira.

Um Cristo morto fora para eles motivo de tristeza (Mc 16:10), mas um ressurreto, de alegria (Jo 20:20).

Então lhes abre o entendimento para compreenderem as Escrituras. Como testemunhas que deveriam ser (Jo 20:21), não lhes basta dizer apenas: "Foi assim, pois O vimos", senão também: "Importava que fosse assim, pois estava escrito". João 20:22 relata ainda que Ele soprou sobre eles, comunicando­-Ihes a vida da ressurreição (a saber: o Espírito Santo) - ainda que o Espírito Santo como pessoa lhes tenha sido dado somente no Pentecoste. Foi do modo como Deus, no jardim do Éden, formou o homem do pó da terra, soprando-lhe o Seu fôlego, que o Senhor soprou aqui o fôlego da vida de ressurreição sobre seus discípulos, introduzindo-os assim numa nova posição: a de nova criação. Nesta posição estavam habilitados a comunicar também a outras almas as aquisições da morte de Cristo, a saber: proclamar o perdão dos pecados e adjudicar (3) a liberação da culpa; seriam, deste modo, a Sua boca, tal como outrora o sumo sacerdote era a boca de Deus na questão da lepra (considerando a pessoa pura ou impura).

(3) Declarar, assegurar a alguém a propriedade de algum bem.

2. (Jo 20:24): Tomé não tinha estado com os discípulos. Que prejuízo para ele! O mesmo se passa hoje também, quando os filhos de Deus negligenciam as reuniões às quais o Senhor está presente (Jo 20:25). Tomé não deve ser tomado como um incrédulo no sentido vulgar, mas como exemplo de uma espiritualidade inerte e insensível. Ele quer ver para crer. Muitas almas que são despertadas também querem ver primeiro - uma aparição, um sonho ou experimentar uma sensação diferente de alegria ­para então crer que o Senhor já fez tudo em favor deles na cruz. Mas o que diz a Palavra? "Bem­-aventurados os que não viram, e creram!" A base para a paz é a fé na Palavra de Deus. Mas o Senhor demonstra paciência e graça para com Tomé. (Sua profissão "Senhor meu e Deus meu" é também uma representação dos judeus nos últimos dias, os quais somente então verão e crerão no Senhor, reconhecendo-O como o Seu Jeová e Deus (Zc 12:10).]

 

87) 0 ressurreto na Galiléia

  1. Jesus manifesta-Se no mar de Tiberíades: João 21:1-14.
  2. A restauração de Pedro: João 21:15-19.
  3. Jesus aparece aos discípulos num monte na Galiléia: Mateus 28: 16-20.

Explicação e Ensinamentos:

1. Os discípulos dirigem-se ao lugar indicado pelo Senhor na Galiléia (Mt 28: 7 -10). Ali, no mar de Tiberíades, Pedro - que ainda não fora restaurado de sua queda 4 - retoma a sua antiga atividade da qual fora tirado pelo Senhor para tornar-se um pescador de homens. Pedro, por seu exemplo, acaba arrastando outros consigo. Mais tarde (no Pentecoste) ele tomaria a frente para uma boa causa, mas não aqui. Naquela noite eles não pescam nada - pois assim era a vontade do Senhor (*Pv 10:22). Contudo, que amável é ver o Senhor contemplando-os bem de manhã, com um coração amigo e aguardando a ocasião em que possa servi-los. "E será que antes que clamem, eu responderei" (Is 65:24).
(4) A queda: Pedro negou ao Senhor. O motivo da queda: Alta confiança em si próprio.

Que tenra expressão:

"Filhos". E o Senhor refere-se assim também a Pedro e a Tomé, os quais tanto O desolaram. Quão diferente disso fora a atitude de Pedro: "Eu não conheço esse homem". A pergunta do Senhor era certeira' para fazer lembrar os discípulos de seu vão trabalho e de sua pobreza. É a esse mesmo ponto que o Senhor sempre leva as pessoas quando quer manifestar­-Ihes o Seu poder e graça (lembrem, por exemplo, daquele que jazia doente há trinta e oito anos em João 5 ou do filho pródigo).

Os discípulos atendem ao conselho do Senhor e ceifam grande bênção. Quanta bênção temos na obediência à Palavra e na fé (*Tg 1:5-7)!

João é o que primeiro reconhece o Senhor; Pedro, por sua vez, lança-se ao mar para estar com o Senhor o quanto antes. Isso evidencia que ele O amava.

O Senhor já havia demonstrado o Seu poder em uma ocasião semelhante (Lc 5:11); foi quando chamou a Pedro. Para que o tinha chamado? Leia o versículo 10! Aquele milagre da pescaria estava associado à obra do Senhor sobre a terra. Em que sentido? O mar representa os povos, a rede significa o Evangelho, e os pescadores indicam os apóstolos.

A bênção dos discípulos (153 grandes peixes) certamente representa o grande número de pessoas que se salvam, tanto agora, nos dias da graça, como no vindouro reino milenar (Milênio: Ap 7). Na ocasião de Lucas 5, as redes se lhes rompiam e os barcos quase foram a pique. Mas não desta vez. Lição: Na nova criação (5), a qual se baseia na morte e na ressurreição do Senhor, tudo está seguro e é perfeito.

(5) Na vida de ressurreição.

Antes que os discípulos tragam os peixes para a margem, o Senhor já tem alguns peixes ali. Notemos que é Ele quem lança a base, e sobre ela podem edificar os que são Seus. O Senhor dá de comer aos discípulos daquilo que lhes preparou.

2. Por que o Senhor se dirige a Pedro como "Simão, filho de João" e não como "Pedro"? É que assim estava fazendo referência à sua origem, à sua natureza de homem fraco; ele, que tinha tanta confiança e tão alto conceito de si próprio. Mas por que a pergunta "Amas-me mais do que estes"? Porque Pedro realmente se considerava mais devotado ao Senhor que os outros discípulos (Mt 26:33). No entanto, negou-O três vezes. Agora é o Senhor que, por três vezes, indaga pelo amor dele, pressupondo cada vez menos amor à medida que lhe pergunta:

"Amas-me mais?"; "Tu me amas?"; e, na terceira vez, como que dizendo: "Você ainda tem um pouco de amor por mim?". Mas é somente após a terceira pergunta que o Senhor alcança o Seu propósito, e a consciência de Pedro é tocada. Pedro se entristece, e para responder recorre à onisciência do Senhor: ''Tu sabes todas as coisas, Tu sabes que eu te amo".

Amava? Não se via nada desse amor. Do contrário, ele dissera: "Não conheço esse homem". Contudo, no fundo havia, sim, amor pelo Senhor.

Observem que, para restaurá­-lo, o Senhor não lança ao rosto de Pedro o fato de ele tê-LO negado, mas aponta para a raiz de onde emanou a sua falha: a grande confiança em si próprio. Pois "a carne para nada aproveita" (Jo 6:63); e "o que confia no seu próprio coração é insensato" (Pv 28:26). Quanto a isto Pedro não tinha considerado a exortação e a advertência do Senhor para vigiar e orar; no entanto está aí o único recurso por meio do qual Deus pode nos preservar da astúcia e do poder do inimigo (*SI 16:1; *34:7).

Agora que Pedro se humilhou e reconheceu a sua falta, o Senhor, na presença dos demais discípulos, recoloca-o no Seu serviço e diz: "Apascenta os meus cordeirinhos!" , "Pastoreia as minhas ovelhas!", "Apascenta as minhas ovelhas!".

[O cuidado pelos cordeirinhos e pelas ovelhas consiste em apascentá-los e pastoreá-los. Por outras palavras: no ensino e no zelo, a saber, por meio da instrução na Palavra de Deus e da precaução contra toda a sorte de males. Assim também compreendemos a vital importância daqueles dons descritos em Ef 4:11-12, que por alguns são chamados de "essenciais": evangelistas, pastores e mestres.]

3. O Senhor associa a Sua aparição no monte da Galiléia ao envio dos discípulos para as nações (aos gentios) (Mt 28:19). É interessante comparar mais detalhadamente a missão que lhes foi atribuída em Mateus 10:5 e 15:24, antes da rejeição de Jesus, com a que receberam em Mateus 28:19, após Sua rejeição.

Quando o Senhor diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas. as nações, batizando-os...”, vale notar que "os" se refere aos discípulos. São estes que devem ser batizados, e não as nações inconversas, que, enquanto não acatarem a Palavra, ainda não se tornaram em discípulos.

Para despedir-se, o Senhor ainda faz duas afirmações maravilhosas: "Toda autoridade me foi dada" e "Estou convosco todos os dias". Associando-as, temos que Aquele que possui toda a força e poder, e que pode valer-se disto para o nosso bem (nós, que somos Seus), está conosco todos os dias até o final da caminhada.

[A "consumação dos séculos" a que o Senhor se refere marca o fim da presente época de Sua rejeição e ausência. Trata­-se da última dispensação: o domínio e o reino milenar de Cristo.]

Que consolo e que poder há nesta despedida de Jesus!

 

88) A ascensão ao céu

  1. As últimas instruções aos discípulos e a promessa do Senhor: Atos 1:1-5.
  2. A ascensão do Senhor: Atos 1:6-12.
  3. O período de espera dos discípulos: Atos 1:13-26.

Explicação e ensinamentos:

1. Após a Sua ressurreição, o Senhor ainda manifestou-Se aos discípulos por quarenta dias "vivo" e "com muitas provas incontestáveis". Mesmo após a ressurreição, Ele lhes falava "por intermédio do Espírito Santo" (At 1:2), tal como fazia antes. E assim também será com os crentes, quando ressurgirem: eles ainda terão o Espírito Santo; pois este estará "para sempre" conosco (Jo 14:16-17). Mas hoje, Ele nos é dado como Consolador, como Guia e como Ensinador. Ele vive a interceder por nós (Rm 8:23-26); outrossim, Ele toma da parte de Cristo e no­-Ia dá 6. Porém, atualmente, enquanto ainda estivermos carregando esse nosso corpo de pecado, o Espírito Santo experimenta muita restrição, pois enfrenta em nós a oposição da carne (Gl 5:17). Lá, porém, quando estivermos libertos deste corpo, Ele poderá desimpedidamente mostrar-nos a glória do Senhor e, proporcionar-nos o gozo completo. Que bem-aventurança será esta!

O Senhor falou com os discípulos das coisas "concernentes ao reino de Deus". Quanto ao reino, os discípulos ainda cogitavam de que ele brevemente seria estabelecido em Israel. Agora que Jesus havia ressuscitado, esperavam que o fizesse. O Senhor, porém, faz saber que para eles não era importante estarem informados da época do estabelecimento do Reino ­este conhecimento o Pai havia reservado para Si. Importante era estarem cientes do testemunho que Lhe deveriam render em toda a redondeza e até os confins da terra (v. 8). Para esse fim receberiam o Espírito Santo, o qual, foi-lhes dito, seria dado em Jerusalém. Eles deveriam permanecer em Jerusalém até que tal ocasião viesse. Com o Espírito Santo, e por meio dEle, "receberiam poder" (At 1:4,8).

2. A ascensão ao céu foi um acontecimento visível; os discípulos o presenciaram no Monte das Oliveiras (arredores de Betânia: Lc 24:50). Deus quis que os discípulos testemunhassem tanto a ressurreição como a ascensão ao céu do Senhor Jesus. Como é maravilhoso considerar o Senhor Jesus de braços erguidos, abençoando-os e sendo elevado para os céus! Como é amável esta última vista do Senhor! Abençoando, Ele os deixou; é abençoando que O encontramos agora nos céus, e é para abençoar que Ele voltará. Sim, Jesus voltará! Ele mesmo o disse várias vezes; agora são os "dois homens vestidos de branco" que o dizem (At 2:10­-11) (7). Por fim é uma nuvem (que no Velho Testamento representava a presença e a habitação de Deus) que O encobre dos olhos deles; será também "sobre as nuvens do céu" que o Senhor voltará com poder e muita glória, para julgar o mundo e estabelecer o reino há tempos prometido (Mt 24:30). Porém, antes disso, o Senhor virá exclusivamente para buscar os seus, arrebatando-os (1 Ts 4: 17) antes que venham os dias de tribulação sob o anticristo. Para a noiva (composta pelos cristãos crentes), Ele virá como "a estrela da manhã" (*Jo 14:3; *Ap 22:16); para o remanescente judeu restaurado e convertido a Deus depois do arrebatamento da Igreja -, Ele virá como o "sol da justiça" (MI 4:2); e nessa mesma ocasião, Ele virá para os demais como o juiz do mundo (* Ap 1:7; 19:11-16).

(7) Trata-se de anjos. Compare também com Gn 18:2; 19:1; Lc 24:4; Jo 20:12.

3. A primeira reunião após a ascensão do Senhor foi uma reunião de oração (At 1:12-14).

A partir daí, Maria não é mais mencionada na Escritura. Os discípulos estão tomados de júbilo e de contínuo adoram e louvam a Deus (Lc 24:52-53).

Enquanto cumprem o período de espera determinado pelo Senhor (At 1 :4), os discípulos elegem para o lugar de Judas outro apóstolo que testemunhasse com eles do Senhor e de Sua ressurreição. Lançam sortes (um critério do Velho Testamento - veja Js 7; 1 Sm 10:20-21 e Pv 16:33), pois o Espírito Santo ainda não estava disponível; contudo, agem apoiados na Palavra de Deus (At 1:20; SI 69:25; 109:8).

 

"Estudos sobre a palavra de Deus” - Tiago 3 e 4