Referências para o estudo bíblico

Referências para o estudo bíblico

Um auxílio para professores de escola dominical e amigos da Palavra de Deus.

DESCRIÇÃO DAS HISTÓRIAS DA BÍBLIA

*sobre este tema, recomendamos a leitura do artigo "A Ocupação não Reconhecida", publicado em Leituras Cristãs volume 37

66. A Figueira e a Purificação do Templo.

  1. O Senhor amaldiçoa a figueira: Marcos 11:12-14.
  2. A Purificação do templo: versos 15-19.
  3. A figueira que se secou: versos 20-26.

Explicação e ensinamentos:

Como é lindo quando na primavera as árvores frutíferas florescem. Por quê? Porque as flores anunciam frutas. E com esta finalidade que foram plantadas. A mesma coisa sucede com a figueira. Visando produzir muito fruto ela é adubada, escavada e regada. O que fazemos com uma figueira quando ela, apesar de todos as esforços, durante anos, não produz fruto? Cortamo-la. Da mesma forma, o Senhor dedicou-se durante três anos ao Seu povo, Israel, mas tudo foi inútil (Lc 13:6-9).

O Senhor Jesus, quando naquela ocasião vinha de Betânia e ia a Jerusalém, teve fome. Certamente, tinha madrugado para ter tempo para oração, como era costume dEle (veja Mc 1:35). O figo era, no Oriente, uma alimentação bastante normal. Que outra coisa o Senhor poderia ter esperado de uma figueira à beira do caminho (da qual todos podiam comer), cheia de folhas, senão fruto? A figueira normalmente produz primeiro a fruta, e depois as folhas. As demais figueiras com certeza estavam ainda sem folhas, visto que não era época de figos (v.13). Esta, contudo, já se achava adornada pela folhagem, porém, sem fruto. Porventura o Senhor ter-se-ia enganado, e, por isso, estaria desgostoso? Claro que não.

Mas, por que então teria proferido aquela maldição (juízo) sobre a figueira? A figueira é figura de Israel. Vejamos em que sentido: Israel tinha grandes privilégios diante de todos os ' povos; a Israel foram confiados os oráculos de Deus (as revelações (. de Deus no Velho Testamento). Foram-lhe confiados a lei, o t. santuário e as promessas. Em lugar de produzir frutos condizentes (o que teria resultado num testemunho para Deus), Israel tinha somente o adorno da presunção, da justiça própria, gloriando-se da sua aparência religiosa (a bela folhagem). Israel distinguia-se dos demais povos, principalmente, pelo seu culto religioso. Apesar de todos os cuidados e dedicação da parte de Deus (veja Is 5:4 e Lc 13:6-9), não viu fruto para Si; daí o juízo de Deus que (em figura) ao atingir a figueira, fez com que secasse.

A lei fora dada a homens de­caídos, corruptos, que não tinham força alguma para fazer o bem. No tempo da lei, ninguém era capaz de produzir frutos (não era época de figos, veja o verso 13). Somente o tempo da graça, da salvação que Cristo trouxe, é que se tomou possível produzir fruto (veja Jo 1: 17).

Por intermédio da atividade dos discípulos entre as nações (representadas pelo "mar" - veja Ap 17:15) Israel será removido e í replantado como um "monte" entre elas (v. 23). O Senhor ainda lhes assegura um princípio geral, que tudo o que em fé pedirem, será feito, desde que andem na Graça (* v.24-26).

O que o Senhor encontrou no templo? No átrio dos gentios, cambiava-se a moeda romana em circulação no país pela moeda do templo (operação em que incidia o imposto do templo); depois, em moeda do templo, vendiam-se animais de sacrifício, incenso, azeite e vinho. Afora isso a páscoa estava próxima, e por isso havia muito povo e muito movimento no átrio do templo. O templo, que era a casa de oração (Is 56: 7) fora profanado. O templo tinha sido transformado em covil de salteadores, lugar em que se mentia e enganava. Os maiores enganadores eram os próprios sacerdotes, em sua ganância.

Com poder, pois era o dono da casa, o Senhor purificou-a; nem encontrando resistência.

 

67. Os Lavradores Maus

  1. A pergunta dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo: Mateus 21: 23-27.
  2. A parábola dos dois filhos: versos 28-32.
  3. A parábola dos lavradores maus: versos 33-46.

Explicação e ensinamentos

1. O que o Senhor acabara de fazer no templo? O que revelou ser Ele? O Senhor do templo. Até então os principais criam ser eles os dirigentes e tutores da fé e do povo. Tinham aprovado os negócios conduzidos no templo (as vendas e o câmbio). Por que, então, não se opuseram ao Senhor? Porque temiam o povo, que apreciava ouvi-LO, ficando dominado por Ele (Lc 19:48).

Mas a reputação deles corria risco.

O que fazem então? Acercaram- se dEle com uma pergunta. O Senhor responde com uma contra ­pergunta visando despertar a consciência daqueles principais.

Esta demonstrou que eles nem ao menos entendiam o significado da missão de João Batista, logo, que nem estavam aptos a compreender a missão do Senhor Jesus. Ao responderem "não sabemos" , eles estavam preferindo a sua própria sentença, ou seja, que não estavam aptos a entender e cumprir a vontade de Deus, e serem os líderes do povo.

2. A qual dos dois filhos se assemelhavam os principais? Ao Por quê? Pela aparente observação da lei, pretendiam afirmar estarem cumprindo a vontade de Deus. Mas qual a condição que eles revelaram? A de transgressores. E por que os publicanos se assemelhavam ao segundo filho? Porque no começo não seguiam a Deus, suas ações eram más e corruptas. Até que ponto? Até que mais tarde arrependeram-se de seus pecados, lamentaram tal procedimento e acharam a graça. Mencionemos alguns exemplos: Mateus, Zaqueu e outros. E os principais, qual foi sua atitude quando João Batista apregoou o arrependimento e quando os publicanos se converteram? Somente endureceram seus corações.

3. Descreva uma vinha. Qual a finalidade de uma cerca? Proteção. O que é um lagar? Um tanque para se espremer as uvas. Para que a torre? Para vigiar. O que espera o proprietário? Frutos (recorde a figueira - tópico 66 – que também é símbolo de Israel).

 Israel era esta vinha (Is 5: 1-2) com a sua cerca (a Lei), lagar (o Templo e a rotina dos sacrifícios) e torre (a qual era o poder vigilante que tinham sobre si: o sacerdócio e o reinado, autoridade espiritual e de governo). Deus havia feito tudo para achar fruto (Is 5:3-4). O fruto que esperava era: fidelidade e obediência à Sua Palavra, ou ao menos uma sincera lástima por suas falhas, e o anseio por justiça e redenção de todos os pecados. Quem são os lavradores? Os principais. E como trataram os servos (os profetas) de Deus? Leia 2 Crônicas 36: 14-17! O que dizem quando então chega o filho do senhor da vinha? Palavras que expressam o temor de perderem, por meio dele (Jesus), o poder e a influência que gozavam (Jo 11:48a). O mau procedimento deles teve uma conseqüência: a vinha foi entregue a outros (aos gentios - compare com Rm 11:21-22; ·SI118:22). Ao rejeitar e crucificar o Senhor, Israel caiu sobre esta pedra. Mais tarde, quando o Senhor voltar, é a pedra que cairá sobre Israel em juízo, e todos, exceto um pequeno remanescente, serão destruídos (versos 42-44).

Resumo:

Estes 3 trechos nos ensinam que:

  1. Os príncipes em Israel já não são aptos a serem os lideres e os vigilantes da fé e do povo.
  2. Os príncipes afirmam praticar a vontade de Deus, mas em verdade são transgressores que mais e mais endureciam o seu coração (Ne 9:16).
  3. Que apesar de toda a bondade e dos cuidados de Deus, o que estes revelaram foi apenas perversão e rebelião. Eis a razão porque Israel, outrora o testemunho e o povo de Deus, é posto de lado; Deus agora confia a Sua vinha - Seu testemunho ­às nações.

 

68. O Casamento Real

Mateus 22:1-14.

Explicação e ensinamentos:

O "Reino dos Céus" chegou com a aparição pública de Jesus (Mt 3:2). Chegou inicialmente na pessoa dEle, consistia nEle e nos que nEle criam (Lc 17:20-21). Teve sua continuidade após a rejeição do Senhor, e é o termo bíblico para designar a cristandade no tempo presente, durante a ausência do Senhor Jesus. (A parábola do tópico anterior - nQ 67 -, a dos "lavradores maus", trata do tempo sob a Lei e a Profecia, um período que foi anterior portanto não é ainda época do “Reino dos Céus”.)

Qual é o desígnio de Deus?

Deus quer honrar a Seu Filho por uma festa de casamento.

O noivo será o nosso Senhor Jesus, na condição de Filho do Homem glorificado. Quando o Senhor celebrará o casamento? Depois que a noiva - a totalidade dos que foram salvos- for acolhida no céu. Quem recebeu o primeiro convite para o casamento; convite a fazer parte da noiva? Os judeus. Por meio de quem? Do Senhor e Seus discípulos (os "Seus servos": v.3); isto se deu antes da cruz. Mas os judeus não aceitaram o convite e rejeitaram o Senhor: morte na cruz. Com a morte de Jesus tudo foi preparado (v.4). Consumou-se a obra de redenção, e Deus novamente voltou a convidar por intermédio dos apóstolos (no Pentecostes e depois). Como os judeus responderam a essa bondade de Deus? Com indiferença e desprezo (figurados na preferência pelo campo e pelos negócios), também com violência (pois mataram os fiéis mensageiros). O que fez Deus então? Exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade: Jerusalém foi assim destruída no ano 70 d.C.

A quem Deus enviou agora os seus servos? Aos gentios, que simbolicamente estavam fora, nos caminhos. Os convidados são a cristandade professa (aqueles que levam o nome de cristãos), e entre eles há maus e bons. Quais, no entanto, são os únicos que participarão do casamento; quais os únicos que pertencem à noiva? Os que verdadeiramente são crentes, cujas almas "nasceram de novo". No que se distinguem os meramente professos dos crentes verdadeiros? Os primeiros não tem a veste nupcial. Esta consiste em quê? É a justiça de Deus em Cristo (*2 Co 5:20-21; *Is 61:10). Todo pecador arrependido recebe-a pela FÉ no Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Salvador crucificado e ressurreto; isso, aliás, somente procede da graça. Não é necessário, nem é possível trazer algo para este casamento senão um sincero desejo de ser salvo: tudo é concedido gratuitamente!

O que foi lançado para fora das bodas certamente pensava que sua roupa era boa e que bastava para a festa. Não tinha a percepção de sua indignidade, tampouco da glória e da honra do Filho do Rei. Aplique esta condição aos que apenas levam o nome de cristãos, e que pensam manter-se justificados perante Deus sem a conversão e o novo nascimento. O que o Senhor Jesus diz é diferente: "Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". Mas aos que crêem em Seu Filho, Deus em graça concede nova vida e justiça, e fá-I os aptos à Sua glória (*Ef 2:8-10; *CI 1:12).

O que nós aprendemos desta parábola? O Senhor veio à Sua vinha esperando achar fruto mas não achou, apesar de todo o Seu cuidado, isto foi o capítulo 21; aqui, no capítulo 22 o Senhor põe a mesa, já não põe exigências, está dando e convidando. Mas até mesmo isso é em vão. Repetidas vezes Deus convidou o povo de Israel para o casamento de Seu Filho, mas Israel rejeitou tanto o primeiro convite do Senhor Jesus como também o segundo por meio dos apóstolos. A isto seguiu o juízo (a destruição de Jerusalém). O convite se dirige então aos gentios. Muitos agora aceitam esse convite, mas não a veste nupcial. Quem, no entanto, não está vestido com a justiça de Deus - que é Cristo mesmo - esse, então, cairá igualmente em juízo.

 

69. A Moeda do Tributo

  1. A moeda do tributo: Mateus 22: 15-22.
  2. A pergunta do Senhor: versos 41-46.
  3. A oferta da viúva pobre: Lucas 21:1-4.

Explicação e ensinamentos    

1.Depois da purificação do templo (Mt 21 :23) os principais já tinham interrogado o Senhor com o propósito de apoucar Sua autoridade (Sua competência legal e comissão divina); no entanto, tiveram que retirar-se derrotados. Agora, valendo-se da astúcia, procuram derrubá-LO mais uma vez. Visto que acabaram de ser rejeitados, os fariseus já não vão pessoalmente: enviam os seus discípulos1 para que o Senhor não lhes note a intenção hipócrita. A idéia foi que essa questão tivesse a aparência de polêmica entre os discípulos dos fariseus (que não eram favoráveis aos romanos) e os herodianos (solidários com Herodes e que favoreciam o domínio dos romanos). Embora fossem partidos rivais, estavam aliados na luta contra o Senhor Jesus (mais tarde, no julgamento do Senhor, vemos o mesmo suceder com Pílatos e Herodes). A aparência é que os inimigos de Jesus estão chegando com intenções sinceras, mas a verdade é que estão cheios de astúcia e malícia. Contra sua própria convicção, os inimigos prestam ao Senhor um belo testemunho! (verso 16). Declaram que o Senhor é "verdadeiro", e Ele logo lhes dá uma nova prova disso ao declará-los hipócritas (Salmo 139: 1-3). Mas, o que fazia esta pergunta dos inimigos ser tão traiçoeira?

- Caso o Senhor dissesse "sim", não só

a) cairia no ódio do povo por ser considerado favorável ao domínio romano, como também

b) deixaria a impressão de aprovar aquela condição irregular do povo de Deus sob um domínio mundano (que aliás era um juízo de Deus).

- Caso Ele dissesse "não", iriam aos romanos acusá-LO como revoltoso.

Como em todas as Suas respostas (veja Mt 21:23-24), também aqui o Senhor procura tocar a consciência deles. A moeda do denário levava a figura do imperador romano - César. A moeda romana era aceita como meio circulante entre os judeus, que com isso atestavam estarem sob a sujeição de César, a quem também pagavam impostos.

Mas esta condição era segundo o propósito de Deus? Não; os judeus, outrora o povo de Deus, foram infiéis. Eles próprios provocaram essa condição de estar sob o domínio de outras nações. Esqueceram de "dar a Deus o que é de Deus" e agora arcavam com as conseqüências.

2. A pergunta do Senhor:

[Nas parábolas anteriores (exemplo: a dos "lavradores maus") o Senhor havia demonstrado a condição em que o povo de Israel estava perante Deus: não produzia frutos, era teimoso, sendo-Lhe até hostil.

Agora, o Senhor define a Sua própria condição ante Deus:

Por ser homem, Ele era "Filho de Davi".

Por ser filho de Deus, Se era o "Senhor de Davi" a quem Deus iria exaltar à Sua direita(Rm 1:3-4).

Os judeus esperavam apenas um homem que fosse o messias deles e que os libertasse de sua opressão; mas segundo a Escritura Este seria tanto "Filho" como também "Senhor de Davi". Algo incompreensível aos incrédulos judeus.

Visto estar próxima a morte do Senhor (os principais já tinham tomado este propósito), Deus estava prestes a cumprir o Seu desígnio de assentar à Sua direita o Filho do Homem rejeitado. Deus estava prestes a assentá-LO na posição que deveria assumir segundo o Salmo 110, e na qual há de permanecer enquanto espera até que todos os Seus inimigos sejam destruídos, até que o Reino Lhe seja entregue por Deus (*At  2:34-36). Quão clara era esta pergunta do Senhor! Oh, tivessem os principais aberto apenas um pouquinho o seu coração à Palavra de Deus, poderiam ter reconhecido a terrível condição em que se encontravam: estavam prestes a rejeitar o seu Messias prometido, O qual era "Filho" e "Senhor" de Davi!]

3. A oferta da viúva pobre.

A arca das ofertas2 estava no pátio das mulheres, ali se depositava o imposto do templo e as ofertas espontâneas, dinheiro que se empregava na manutenção do templo (2 Re 12:9-16). Os judeus mais abastados tiravam proveito da ocasião da festa para então depositar grandes quantias. Mas a viúva ... o que depositou? Dois quadrantes ('lepton' 3), a moeda de menor valor. Por que, então, é dito que ela deu mais do que os ricos? Porque ela colaborou mesmo vivendo em carência, sim, ela deu tudo o que tinha, enquanto os outros deram do que lhes sobrava. O Senhor considera a intenção, vê o coração n Sm 16:7; Jr 17: 10; considere também 2 Co 8:1-2 e *2 Co 9:7).

* Sugere-se que os versículos indicados com asteriscos (*) sejam decorados.

*As citações entre colchetes [] requerem um maior conhecimento bíblico, e podem ser deixadas de lado conforme a idade da crianças.
2 gazofilácio
3 128 moedas de 'lepton' equivaliam a 1 denário, que segundo Mt 20:2 era o salário que se pagava por 1 dia de trabalho.

 

Alerta: A FORNICAÇÃO!