Felicidade ou Infelicidade no Casamento e Família

Felicidade ou Infelicidade no Casamento e Família (Parte 1)

"Para que se multipliquem os vossos dias e os dias dos vossos filhos na terra ... como os dias dos céus sobre a terra" (Deuteronômio 11 :21).

Dias dos céus sobre a terra: esta felicidade ainda hoje é possível no casamento e no lar!

Nossos matrimônios e nossas famílias podem refletir a felicidade dos "céus sobre aterra", se tão­ somente considerarmos o que Deus tem a nos dizer a esse respeito. Com base na história de uma família do Antigo Testamento e com referência a alguns princípios do Novo Testamento, queremos ocupar-nos deste assunto.

 

A família de Manoá Juízes 13 a 16

O Instituto de Estatísticas de Wiesbaden, na Alemanha, levantou um resultado assolador com base no exercício de 1987. Naquele ano houve o registro de 382.600 enlaces matrimoniais contra 129.800 divórcios.

Abortos e adultérios fazem parte do dia-a-dia. Já deixaram de ser novidade. Em outras palavras: temo-nos tomado um povo de homicidas e adúlteros, e nem sentimos remorsos.

Os dados fornecidos pelo instituto de pesquisa anterior­mente vistos representam apenas o pico do "iceberg". Quantos outros matrimônios continuam, sim, no papel, mas os cônjuges vivem num total desencontro, quando não num confronto. Infelizmente tais uniões também existem em nossas fileiras - entre os crentes - e com mais freqüência do que acreditamos. Os cônjuges não querem divorciar­-se, mas um também já não tem nada mais a falar ao outro.

A verdade é que justamente no matrimônio e na família podemos experimentar uma felicidade singular. Deus nos mostra na Sua Palavra a base para uma união em que será possível viver dias como os "dias dos céus sobre a terra" . Depende de nós aproveitar (ou não) esta oportunidade.

Deus, o Criador, depositou o amor no coração do homem e da mulher. Todavia, também esse dom de Deus o ser humano corrompe. Em 2 Timóteo 3:3 lemos que no final dos tempos haverá homens sem "afeto natural". De fato, os "últimos dias" serão "tempos difíceis". Deus quer depositar aquele afeto natural - o amor - em nossos corações, mas nós homens violentamos esse amor. O resultado é um egoísmo expressivo. Ante tais condições não é de admirar que as estatísticas anunciem que um em cada três casamentos na Alemanha termine em divórcio.

Manoá e sua esposa viveram numa época comparável à nossa. Em Juízes 13:1 lemos: que "os filhos de Israel tomaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor". Se cada um faz o que considera certo aos seus próprios olhos, então será sempre aquilo que é mau aos olhos do Senhor.

Seis vezes lemos essa afirmação no livro de Juízes, antes da história de Manoá, e todas as vezes Deus teve de punir o seu povo; todavia, sempre clamavam ao Senhor, e Ele toda vez os ouviu. Mas aqui em Juízes 13 falta esse clamor a Deus. O povo encontrava-se sob o domínio dos filisteus e conformado com essa situação. Será que hoje é diferente? Os homens vivem no mal e apreciam o mal. Não querem nada diferente. Mas quem sofre sob esta condição de vida ímpia?

 

São os filhos.

No meio deste povo rebelde, contudo, Deus encontrou um casal feliz, sim, um casal agradável a Deus: Manoá e sua esposa. Manoá em português quer dizer" dádiva" , "presente", "lugar de repouso". Manoá foi de fato para sua esposa uma dádiva de Deus, e vice-versa. Todo o esposo é para a sua mulher uma dádiva de Deus, assim como toda esposa o é para o seu marido. Se ambos reciprocamente assim se considerarem, haverá uma feliz união.

Deus teve algo importante a dizer a ambos e, para revelá-lo, Ele começou pela parte mais fraca:

Ana, a mulher (vide versos 3-5). O anjo do SENHOR apareceu a ela e fez-lhe uma promessa mara­vilhosa. Na mesma ocasião prescreveu como ela deveria comportar-se. Nas recomenda­ções feitas pelo anjo encontramos o remédio para nós, quando de situações nas quais nos ocorre a pergunta: o que fazer ante a decadência na cristandade? A resposta é bem simples:

"Separação" .

Deus, inicialmente, não fez nenhuma recomendação quanto às atitudes e medidas a serem

adotadas com relação ao menino que havia de nascer; fez, porém, prescrições minuciosas à mãe. Ele cita duas coisas, a saber:

1 - Não tomar vinho ou bebida forte.

2 -  Não comer coisa imunda.

Vinho e bebida forte representam, na Bíblia, a alegria aqui na Terra. O crente que busca companhias com pessoas do mundo não pode viver um matrimônio feliz; também os filhos serão prejudicados com esta atitude. Numa outra passagem a Palavra diz: "O Vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora" (Pv 20: 1). Não é de admirar que em 2 T m 3:4 seja dito que as pessoas deste mundo são "antes amigos dos prazeres que amigos de Deus". Entre nós, contudo, deveria ser diferente. Nós temos comunhão com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo, e aí deveria estar a nossa fonte de alegria.

Também na segunda recomendação - não comer coisa imunda - reside um ensinamento importante, com larga aplicação para nós hoje. Comer coisa imunda significa ocupar-se de coisas que não são boas. Davi casou-se com uma moça que possuía ídolos (1 Sm 19). Sabia ele disso? Também Raquel, mulher de Jacó, tinha ídolos sem que ele soubesse disso (Gn 31). Aplicando-se a figura, pode-se dizer essas duas mulheres comiam coisas impuras. As conseqüências foram trágicas.

Se Deus recomenda a uma 'mulher que se abstenha de coisas imundas, então é porque pretende guardá-la de algum perigo. Do que se alimentam nossas mulheres? Da Palavra de Deus ou de coisas mundanas? Romances mundanos, por exemplo, podem ser "alimento imundo". Nossas esposas acaso vão mais além e o fazem escondido de nós, como o fez Raquel, sem o conhecimento de seu marido? Raquel enganou seu marido. Ela teve de morrer naquele mesmo ano, porque seu marido, que desconhecia os ídolos dela (pois ela os roubara de seu pai), deixou-se inflamar dizendo ao seu sogro (que procurava os "deuses" dele): "Não viva aquele com quem achares os teus deuses" (Gn 31:32).

Esse tipo de atitude frequentem ente arruína os matrimônios - a falta de lealdade. Devemos ser francos e honestos um para o outro, nada ocultando. Segundo o plano de Deus, o marido é o cabeça na família. Sem as ordens dele e sem o seu conhecimento, nada deveria ser empreendido. Ao invés de ingerirmos coisas imundas, deveríamos alimentar-nos de alimentos sadios. Esse alimento puro encontramos na Bíblia:

"Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento" (I Pe 2:2). Toda vez que observarmos um recém-nascidas, teremos uma lição prática de como deve ser este sadio "desejo ardente". Usando dessa figura, Deus quer ensinar-nos sobre como deve ser o nosso apetite pela Sua Palavra. Boa alimentação resulta em saúde, crescimento e estabilidade, algo que, nestes dias de decadência, é uma necessidade vital para nós.

Qual é, agora, o procedimento da mulher de Manoá depois que o anjo lhe apareceu? Ela vai a ninguém outro senão o seu próprio marido (v. 6). Isso prova que ela confia nele. Feliz a mulher que tem um marido' em quem pode confiar e com quem pode comentar sobre qualquer assunto importante. Também o proce­dimento de Manoá é uma lição para nós: o que fez ele quando ela lho contou? Orou a Deus. Isso demonstra que tinha um estreito e íntimo relacionamento com o seu Deus (v. 18). Conhecemos nós essa comunhão exercitada, esse relacionamento habitual com Deus pela oração?

Manoá sente sua responsa­bilidade, e isso em conjunto com sua mulher. Ele não disse: "Rogo­te, Senhor, que aquele homem de Deus que enviaste, ainda venha a mim ... "; não, ele incluiu sua mulher, pois diz: " ... ainda venha para nós outra vez e nos ensine o que devemos fazer. .. " (v. 8). Isso revela a harmonia existente nesse matrimônio, em se tratando de como educar os filhos. A educação dos filhos não é incumbência só do pai ou só da mãe, senão de ambos em conjunto. Os pais deveriam ser unânimes em questões envolvendo a educação dos filhos, buscando em oração a sabedoria necessária.

Neste sentido Isaque e Rebeca nos são uma advertência, pois lemos que Isaque amava a Esaú e que Rebeca amava a Jacó. Não deveria ser assim. A desarmonia entre o casal teve conseqüências devastadoras. Tanto eles quanto seus filhos tiveram de colher os frutos, e que safra amarga tiveram!

Outro perigo, especialmente para as mulheres, consiste em amarem mais aos filhos do que aos maridos. Em Tito 2:4 as mulheres mais novas são admoestadas ao amor.É notável a seqüência que ocorre ali: primeiro os maridos, depois os filhos. Invertendo-se essa ordem, haverá problemas na família e logo surgirão os resultados negativos: Dez dentre os filhos de Jacó se tomaram enganadores. Durante vinte e dois anos ficaram ocultando o engano.

Manoá e sua mulher demonstraram a disposição de obedecer à Palavra de Deus, e aí está o segredo de uma abençoada comunhão em família. Nos caminhos de desobediência, Deus' só pode estar contra nós, mesmo que sejamos Seus filhos. Caminhos de desobediência são caminhos de pecado: "A face do Senhor está contra os que fazem o mal" (SI 34:16).

Deus atendeu ao pedido de Manoá, aparecendo uma segunda vez. Quando perguntado "qual será o modo de viver do menino, e o seu serviço", o anjo do Senhor respondeu repetindo as prescri­ções de como a mãe deveria proceder. Aquilo que nós, pais, fazemos é altamente influente e decisivo na formação dos nossos filhos, porquanto procurarão imitar-nos. Se nós, como pais, andamos por caminhos errados, podemos esperar que nossos filhos nos dêem prazer? Os filhos nos observam muito bem e tiram conclusões baseadas naquilo que fazemos e/ou deixamos de fazer, e tomam isso como exemplo em suas vidas - para o mal ou para o bem. A obediência dos pais à Palavra de Deus é indispensável para a bênção de Deus num lar.

Logicamente, dependemos da graça de Deus, mas esta graça não nos isenta da responsabilidade de prestarmos exemplo pela nossa obediência.

Manoá passa, então, a perguntar pelo nome do anjo do SENHOR para que pudesse honrá-lo quando se cumprisse a promessa (v. 17). A honra do Senhor sempre deve ser a prioridade também em nossas vidas. A resposta dada pelo anjo do Senhor toca nossos corações:

"Por que perguntas assim pelo meu nome, visto que é maravilhoso?" (v. 18). Isso nos faz lembrar de Isaías 9:6, onde lemos a respeito do Senhor Jesus, que "o Seu nome será:

Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Ele mesmo, o Senhor, o Maravilhoso está diante de Manoá. Assim é também hoje. Possuímos o Senhor, nosso maravilhoso Senhor Jesus, que dispõe de qualquer tempo em nosso favor, para socorrer-nos em nossas dificuldades, problemas, dúvidas e aflições.

Depois que Manoá ofereceu um sacrifício e depois que o anjo subiu ao céu na chama do altar, Manoá reconheceu com Quem estivera falando. Foi grande o espanto dele: pensou que teria de morrer por ter visto a Deus (v. 22). A essa altura, revela-se que grande dádiva lhe era sua mulher! Ela demonstra ter uma melhor percepção espiritual e ajuda o marido. Deus quis fazer uma adjutora para o homem, e feliz todo o homem que tem ao seu lado tal ajuda e sabe atribuir-lhe o devido valor.

Não temos diariamente a experiência de que nossas esposas nos ajudam? Elas podem ajudar­-nos em coisas espirituais e materiais. Estamos, no entanto, dispostos a aceitar um conselho espiritual, sobretudo quando reconhecemos que vem de Deus? Outra questão é se também somos gratos pelo auxílio de nossas esposas. Já dissemos uma vez: "muito obrigado"? Diariamente agradecemos a Deus pelos alimentos, mas agradecemos também a elas pelo empenho na preparação dos alimentos? Infelizmente somos muitas vezes indiferentes quanto a isso, ou vemos no trabalho da mulher o simples cumprimento de um dever cotidiano. A carta aos Colossenses exorta-nos, em todos os capítulos, à gratidão. Pessoas gratas são pessoas felizes, pessoas que têm olhos abertos para a beneficência de Deus.

No versículo 24 é mencionado o nascimento de Sansão. Esse nome significa "Homem do Sol". Quem é o sol? "Porque o SENHOR Deus é sol e escudo" (Sl 84:11). Ele, o Senhor, é o Sol. Nele encontramos luz e proteção para nossa vida. Além disso, o sol é o símbolo da energia ou da força: "os que O amam sejam como o sol quando sai na sua força" (Jz 5:31). Nunca houve um homem, que fosse designado por Deus para dar livramento a Israel, que tanto se caracterizasse pela força como este Sansão! A sua biografia comprova isso de uma forma impressionante.

Depois o Espírito de Deus sublinha que "o menino cresceu" (v. 24). Ele cresceu e tomou-se grande porque recebia alimentação recomendada por Deus. Era alimentação coerente com sua condição de separação (em figura, do mal). Uma pergunta séria que se impõe a cada um de nós é: "Qual alimento dou aos meus filhos ?" Temos uma Palavra do Senhor Jesus para alimentá-­los bem cedo, pela manhã; recebem também alimento ao meio-dia e à noite? O que diz Deus no livro de Deuteronômio? "E ensinai-as (minhas Palavras) a vossos filhos, falando delas assentados em vossa casa, e andando pelo caminho, e deitando-vos, e levantando-vos" (Dt 11:19). "Tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te" (Dt 6:7). De que maneira apresentamos a Palavra de Deus aos nossos filhos? Lemo-la à mesa, sem explicá-la? Dessa forma ela lhes será indigerível, e eles não terão proveito. E sempre importante que da porção lida preparemos um alimento acessível a nossas crianças.

Quanto menos alimentação espiritual nossos filhos receberem, mais suscetíveis serão às astúcias de Satanás, que procura derrubá-los. Pelo menos três vezes ao dia deveríamos tomar preciosa aos nossos filhos a Palavra de Deus. Milhares de filhos de pais crentes crescem ignorantes no que se refere à Bíblia. Deveríamos juntos, em família, procurar decorar trechos da Palavra de Deus!

Admiramo-nos de que os filhos vão para o mundo, sendo que não lhes temos dado suficiente alimento espiritual? Comecemos cedo a tornar-lhes importante a pessoa do Senhor Jesus, e então mais tarde eles também não se apartarão dEle. Os filhos de Israel tinham sido negligentes em anunciar a seus filhos as maravilhas que Deus havia feito. Qual foi o resultado? Cedo já lemos que "outra geração após deles se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tão pouco as obras que fizera em Israel" (Juízes 2: 10). Queremos nós permitir que nossos filhos pertençam àquela "outra geração"?

Às vezes ouve-se dizer que é tarefa da "Escola Dominical" dar alimento espiritual aos pequenos. A "Escola Dominical" sem dúvida é boa, mas jamais pode desincumbir-nos da nossa responsabilidade. Nós mesmos é que devemos nutrir nossos filhos, para que se desenvolvam no "homem interior", arraigando-se profundamente em Cristo. É o caso de uma árvore frondosa que, profundamente arraigada, será capaz de resistir ao maior temporal: tem sua nutrição em solo adequado. É o prazer de Deus ver tanto a nós quanto a nossos filhos transformados nesse tipo de árvores!

Não há dúvida de que é importante orar pelos nossos filhos, mas somente isso não é o suficiente. Se não lhes dermos alimentação espiritual, também não adiantará orar por eles. Nós todos, pais e filhos, necessitamos diariamente da orientação pela Palavra de Deus.

Consideremos ainda alguns detalhes na vida de Sansão. Juízes 13:25 relata de um bom começo:

"E o Espírito do Senhor o começou a impelir de quando em quando para o campo de Dã" - ou, segundo outra tradução: "E o Espírito do Senhor passou a incitá-lo em Maané-Dã, entre Zorá e Estaol" . O significado dos nomes desses lugares dá-nos a explicação:

- "Zorá" significa: "Vale dos Vespões". Deus havia enviado os vespões adiante dos filhos de Israel, para ferir os inimigos (comp. Êx 23:28; Js 24:12; Dt '7:20) Deus quis que aprendessem que a força procede dEle.

- "Estal" quer dizer: "pedido", "desejo", o que, por sua vez, nos faz lembrar da dependência.

- O "Campo de Dã" é o lugar do acampamento de Dã, o lugar onde praticaram o auto-juízo, indicando o lugar onde aplicamos contra nós mesmos a eficácia da Palavra de Deus.

Somente no momento em que pusermos em prática estes três princípios é que Deus poderá abençoar-nos. No caso de Sansão foi assim, e não será diferente quanto a nós.

Os capítulos 14 a 16 registram uma decadência lamentável na vida deste "homem de Deus". Três mulheres desempenham na vida de Sansão um papel inglório, até que, por fim, ele foi parar na prisão. No capítulo 14 vemo-lo descer a Timna, onde avista uma mulher de entre os filisteus. "Timna" significa "porção preparada". Sansão preparou para si mesmo a primeira porção amarga. A concupiscência dos olhos despertou nele a cobiça, que, por sua vez, o levou a desprezar o conselho de seus pais. Menosprezou a advertência do pai. Na sua vida cumpriu-se a palavra de Pv 30:17: "Os olhos de quem zomba do pai, ou de quem despreza a obediência à sua mãe, corvos no ribeiro os arrancarão e pelos pintãos da águia serão comidos".

A Bíblia com insistência adverte contra a ligação entre crentes e incrédulos. As conseqüências sempre serão fatais. Advertimos nós os nossos filhos neste sentido? Pais: é nosso propósito que nossos filhos não tenham o desejo de casar com parceiros incrédulos.

Os pais de Sansão demons­traram fraqueza, pois finalmente desceram com ele a Timna (v. 5). Mais tarde (v. 10) o pai vai novamente a Timna; desta vez sozinho. Onde estava a mãe? Será que não mais concordou em acompanhar seu filho num caminho errado? Não se sabe. Apesar de toda a harmonia, que aliás deve caracterizar cada lar cristão, pode haver situações em que não convém concordar para evitar participação em compro­missos inconvenientes. A prioridade sempre deve ser a vontade de Deus.

No início do capítulo 16 vemos Salomão com uma prostituta. Até que ponto não pode chegar um servo de Deus! Não devemos subestimar o perigo. Deus diz que "julgará os impuros e adúlteros" (Hb 13:4). Dada a disciplina de Deus, Sansão foi atingido por essa sentença.

A terceira mulher de Sansão foi Dalila. Será que ele ainda não havia aprendido a lição? Chegou ao ponto de ficar sem as suas tranças (v. 19). O símbolo da sua separação * estava, desta forma, destruído, e tomada a fonte da sua força. Os olhos lhe foram vazados. Nunca mais o "Homem do Sol" viu a luz! Por quê?

Porque andou pelos seus próprios caminhos, não dando ouvidos às exortações. Seis vezes lemos a seu respeito: "Desceu". O exemplo deixado por Sansão constitui para nós uma advertência.

Talvez o leitor tenha notado, durante a leitura, onde foi que Sansão passou o resto dos seus dias como prisioneiro. Foi no cárcere em Gaza: "Então os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza, amarraram-no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere" (v. 21). Despojado de sua enorme força, Sansão passa a servir aos seus inimigos com a pouca força que lhe restou. Sobre estes mesmos adversários ele havia obtido tantas

vitórias. Foi justamente em Gaza (veja no início do capítulo 16), na noite depois de pecar gravemente, que Sansão ainda arrancou a porta da cidade, com as ombreiras e trancas, e as levou ao cume do monte que olha para Hebrom. Por que será que Deus nos faz lembrar de Hebrom em ligação com esse incidente? Hebrom não deveria despertar em Sansão a lembrança que ali, nesse lugar, os seus antepassados viveram em feliz comunhão com o seu Deus? Até que ponto chegou Sansão, o homem de Deus, o juiz de Israel! Quanto havia ele.menosprezado o valor da comunhão com o seu Deus, caindo assim nas profundezas do pecado!

Sob a mão de Deus, Sansão teve de colher os frutos dos seus feitos. Deus, contudo, na Sua graça, não o abandonou definiti­vamente. Em sua morte permitiu que obtivesse a maior de suas vitórias (v. 30). Tal é o nosso Deus.

Em vida, Sansão desceu a Gaza, morto, o trouxeram de lá. Onde pois o sepultaram? A resposta encontramos no final de sua biografia: " ... e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá, seu pai. Julgou ele a Israel vinte anos" (Jz 16:31). Foi sepultado no mesmo lugar onde iniciara seu ministério.

* ou: santificação

O final da história nos lembra da força de Deus (Zorá) e da dependência (Estaol). Se Sansão tivesse observado esses dois princípios, teria julgado a Israel durante mais do que vinte anos.

Queremos viver com nossas famílias sob a bênção de Deus? Desejamos provar" dias dos céus sobre a terra"? Então temos de observar os princípios da Palavra de Deus! Deus quer ver-nos felizes. Está em nós escolhermos uma vida feliz em nossos lares, sob a bênção de Deus. Se, contudo, preferirmos menosprezar os princípios divinos, corremos o risco de ser um dia incluídos nas estatísticas dos "casamentos fracassados" .

 

Continua em Felicidade ou Infelicidade no Casamento e Família (Parte 2)