EPÍSTOLA AOS HEBREUS - CAPÍTULO 9 (Parte 1)

 “ESTUDOS SOBRE A PALAVRA DE DEUS”
Tradução de “Synopsis of the Books of the Bible- John Nelson Darby

 

EPÍSTOLA AOS HEBREUS - CAPÍTULO 9 (Parte 1)

A Epístola, relatando algumas circunstâncias particulares que caracterizavam a primeira Aliança, mostra que por, elas os pecados não eram tirados, a consciência não era purificada, nem a entrada no lugar santíssimo concedida ao adorador; Deus estava oculto por um véu. O sumo sacerdote - e mais ninguém ­entrava uma vez por ano, para fazer propriação. O caminho até Deus, na santidade, estava vedado. A consciência não podia ser aperfeiçoada senão pelo sangue de touros e de bodes. Mas tratava-se de ordenanças provisó­rias e figurativas, até que Deus Se ocupasse da verdadeira obra de propriação, para a realizar plenamente e para sempre.

Isto, porém, leva-nos ao centro da luz que Deus nos dá pelo Espírito Santo nesta Epístola. O escritor sagrado, antes de demostrar pelas Escrituras do Antigo Testamento a doutrina que anunciava, e a cessação dos sacrifícios da lei - de todo o sacrifício pelo pecado - ensina, com o coração cheio da verdade e da sua importância, quais são o valor intrínseco e o alcance do sacrifício de Cristo, sempre em contraste com as antigas ofertas.

São-nos apresentadas as três consequências do valor eficaz desta oferta: em primeiro lugar, o caminho do santuário é manifestado; há acesso até junto do próprio Deus, lá onde Ele está. Em segundo lugar, há a purificação da consciência. E em terceiro lugar há uma redenção eterna (eu poderia acrescentar: a promessa de uma herança eterna).

Sentimos o imenso alcance, o preço inestimável da primeira dessas consequências! Somos admitidos à presença do próprio Deus pelo Caminho novo e vivo que Jesus nos consagrou através do véu, isto é, da Sua própria carne. Temos agora sempre acesso até junto d'Ele, acesso imediato até lá onde Ele está, na luz! Que salvação tão completa, que felicidade, que segurança! Na verdade, como poderíamos nós ter acesso até junto de Deus, na luz, se tudo o que nos separava d'Ele ainda não tinha sido tirado completamente por Aquele que foi oferecido uma vez, para levar os pecados de muitos! Mas o que nos é revelado aqui, e depois formalmente verificado no capítulo 10, como um direito de que nós gozamos, é o fato precioso e tão perfeito, que o acesso junto do próprio Deus nos é inteira - livremente aberto! Aqui, é verdade, estamos assentados nos lugares celestiais, porque não é a nossa união com Cristo que é o assunto desta Epístola, mas temos acesso ao pé de Deus, no santuá­rio. É importante notar este fato, que, no seu lugar, é tão precioso como o outro. Somos considerados como estando sobre a Terra, mas, embora estando aqui, temos acesso livre e total junto de Deus, no santuário. Vamos a Deus em perfeita liberdade, lá aonde a santidade permanece, e onde nadado que Lhe é contrário pode ser admitido. Que felicidade, que graça perfeita, que resultado glorioso, supremo, definitivo! Que poderemos nós desejar de melhor, se pensarmos que o santuário é a nossa morada?! Tal é a nossa posição na presença de Deus pela introdução de Cristo no santuário.

A segunda consequência apresenta-nos o estado pessoal em que esta obra nos colocou, para que gozássemos desta posição e do direito de entrarmos livremente. O nosso Salvador aperfeiçoou a nossa consciência de tal modo que podemos entrar no santuário sem temor, sem que se levante no nosso espírito qualquer questão acerca do pecado. Mas uma consciência perfeita não é uma consciência inocente, feliz na sua inconsciência, não conhecendo o mal, nem Deus revelado em santidade: Uma consciência perfeita conhece a Deus, e, tendo o conhecimento do bem e do mal, segundo a luz do próprio Deus, ela sabe que é purificada de todo o mal, de harmonia com a pureza de Deus. Ora o sangue dos touros e dos bodes e as abolições repetidas sob a lei não podiam tomar a consciência perfeita. Podiam santificar carnalmente para que o adorador se aproximasse exteriormente de Deus, mas somente de longe, pois o véu ainda não tinha sido rasgado. Quanto a uma purificação real do pecado e dos pecados, de modo que a alma estivesse na presença do próprio Deus, na luz, sem mácula, com a consciência de estar nesse feliz estado, as ofertas sob a lei não saberiam nem poderiam operá-la; elas eram apenas figuras. Mas, graças a Deus, Cristo realizou a obra. E agora, presente, para nós, no santuário celestial e eterno, Ele é ali, naquele lugar, a Testemunha fiel da abolição dos nossos pecados; de sorte que toda a consciência de pecado perante Deus é destruída, para nós, porque sabemos que Aquele que levou sobre Si os nossos pecados está na presença de Deus, após ter realizado a obra da expiação. Assim, temos a consciência de estarmos na luz, sem mácula. Não só a purificação dos nossos pecados foi efetuada, mas também a purificação da nossa consciência, de modo que agora podemos usar desse acesso junto de Deus em plena liberdade e alegria, apresentando-nos diante d' Aquele que tanto nos amou.

A terceira consequência, que põe o selo sobre as outras duas e as caracteriza, é que Cristo, tendo entrado uma vez no Céu, ali permanece. Entrou no santuário celestial para ali permanecer, em virtude de uma redenção eterna, de um sangue que conserva eternamente o seu valor. A obra está completamente feita e não poderia mudar de valor. Se os nossos pecados são tirados de uma maneira eficaz; se Deus é glorificado e cumprida a Sua justiça, aquilo que uma vez produziu tais efeitos não pode jamais cessar de ter esse valor. O sangue de Cristo é sempre eficaz, tendo sido vertido uma vez por todas.

O nosso Sumo Sacerdote está no santuário, não com o sangue de sacrifícios, que são apenas figuras do verdadeiro Sacrifício:

A abolição do pecado foi feita e a redenção não é nem temporal nem passageira - é a redenção da alma, uma redenção para a eternidade, de harmonia com a eficácia do que foi feito. Tais são, pois, os três resultados da obra de Cristo: O acesso imediato junto de Deus, a consciência purificada e uma redenção eterna.

Há ainda mais três pontos a anotar antes de abordar a questão das alianças, que se encontra resumida aqui. Em primeiro lugar, Cristo é Sumo Sacerdote dos bens futuros. E quando a Palavra de Deus diz "dos bens futuros", o ponto de partida é Israel sob a lei, antes da chegada de nosso Senhor. Todavia, uma vez que esses bens futuros foram já adquiridos e se pode dizer: "nós os temos", porque o Cristianismo é o cumprimento do que é expresso nessas palavras, não se pode continuar a chamá-los "bens futuros". No entanto, eles são ainda futuros, porque representam tudo aquilo de que o Messias gozará, quando reinar. É por isso também que as coisas terrestres ali têm o seu lugar. Mas a nosso relação atual com Cristo é pura e inteiramente celestial; Ele atua como Sacerdote num tabernáculo que não é desta Criação; esse tabernáculo está junto de Deus, não é feito por mãos! Nós temos o nosso lugar no Céu!. ..

Em segundo lugar, "Cristo... pelo Espírito eterno (1), Se ofereceu a Si mesmo, imaculado, a Deus". Aqui, a oferenda preciosa do Cristo é considerada com um ato que Ele efetuou como homem, embora na perfeição e no valor da Sua pessoa. Ele oferece-Se a Deus, mas faze-o movido pelo poder e segundo a perfeição do Espírito eterno. Todos os motivos que governaram este ato da Sua parte, e o cumprimento do ato segundo esses motivos, foram pura e perfeitamente os do Espírito Santo, isto é, absolutamente divinos nas sua perfeição, mas os motivos do Espírito Santo atuando num homem (Homem sem pecado, que, nascido e vivendo sempre pelo poder do Espírito Santo, não tinha conhecido o pecado; que, livre do pecado pelo Seu nascimento, não o tinha nunca deixado entrar em Si), de modo que é este Homem-Cristo que Se oferece! E é tudo quanto era preciso....

Assim, oferenda era perfeita e pura, sem mácula. O ato de oferecer era perfeito, quer em amor, quer em obediência, quer no desejo de glorificar a Deus ou de cumprir os Seus desígnios. Nada de impuro se misturava à perfeição da intenção com que Ele Se oferecia.

Por outro lado, não se tratava de uma oferenda temporária, devido a uma falta de que a consciência estava sobrecarregada, e que não ia mais longe. Uma oferenda desta espécie não podia, pela sua natureza, ter a perfeição de que acabamos de falar; não era a pessoa a pessoa oferecendo-se a si mesma e absolutamente para Deus, porque não há nela nem a perfeição da vontade e nem a perfeição de obediência. Mas a oferenda de Cristo era uma oferenda que, perfeita na sua natureza moral, sendo em si perfeita aos olhos de Deus, era necessariamente eterna no seu valor, porque este valor permanecia nada menos do que a natureza de Deus, que ali era glorificada. A oferenda era feita, não por necessidade, mas voluntariamente e por obediência; era feita por um Homem, para a glória de Deus, mas também pelo Espírito eterno, sempre o mesmo na Sua natureza e no Seu valor.

 

1) O leitor notará, certamente, com que ansioso cuidado o escritor da Epistola liga aqui a todas as coisas o epíteto "eterno". O fundamento da relação com Deus não era temporário ou terrestre, era eterno. E de igual modo a redenção; de igual modo a herança! A isto corresponde a obra sobre a Terra, feita uma vez por todas. Não é sem importância assinalar quanto à natureza da obra. É por isso que o epíteto é aplicado até mesmo ao Espírito.

 

     Estando tudo assim perfeitamente cumprido para a glória de Deus, a consciência de todo aquele que vier a Deus por meio desta oferenda, é purificada; as obras mortas são apagadas e postas de lado, e nós mantemo­-nos diante de Deus na base do que Cristo fez.

Vejamos agora o terceiro ponto: Perfeitamente purificados nas nossas consciências de tudo aquilo que faz o homem morto na sua natureza de pecado, e tendo de tratar com Deus na luz e em amor, sem nenhuma questão de consciência entre Ele e nós, somos capazes de servir o Deus vivo! Preciosa liberdade esta onde, felizes, sem questão perante Deus, de harmonia com a Sua natureza na luz, podemos servi-LO conforme a atividade da Sua natureza em amor. Isto o Judaísmo não conhecia, não indo além da perfeição de consciência. As obrigações para com Deus eram mantidas pelo sistema, que oferecia uma certa provisão do que era necessário para quem tinha errado exteriormente; mas ter uma consciência perfeita, e então servir a Deus por amor seguro a Sua vontade - eis o que o Judaísmo não conhecia.

É esta a posição cristã. O cristão tem a consciência perfeita, por Cristo (2), de acordo com a natureza do próprio Deus. Serve a Deus em liberdade, segundo a Sua natureza de amor ativo para com os outros.

O sistema judaico, quanto a todas as suas vantagens, era caracterizado pelos lugares santos. Havia deveres e obrigações a cumprir para poderem aproximar-se; sacrifícios para purificar exteriormente aquele que exteriormente se aproximava; mas Deus estava sempre oculto. Ninguém entrava nos "lugares santos", o que implica que "o lugar santíssimo" era inacessível. Nenhum sacrifício que desse livre acesso, e em todo o tempo, tinha ainda sido oferecido; Deus continuava oculto. Que Deus estivesse assim oculto era o caráter da posição de um Judeu: Não podia estar diante d'Ele. Mas Deus também Se não manifestava. Serviam-NO fora da Sua presença; serviam-NO sem entrarem nessa presença. Para uma melhor compreensão da passagem agora estudamos, é importante notar esta verdade:

Todo o sistema, quanto ao acesso junto de Deus, no sentido mais elevado e na maior proximidade, é caracterizado pelo lugar santo.

 

2) Porque em Cristo nós somos a Justiça de Deus. O seu sangue nos purificada parte de Deus. Jesus fez a purificação dos pecados por Ele mesmo, e glorificou a Deus ao fazê-Ia.

 

Considerando o Judaísmo como sistema, o primeiro tabernáculo identifica-se com a primeira parte do tabernáculo, e não estava aberto senão à classe sacerdotal; o segundo tabernáculo ou santuário mostrava que não se podia entrar ao pé de Deus. Quando o autor da Epístola passa à posição atual de Cristo, deixa o tabernáculo terrestre, introduzindo-nos no próprio Céu, num tabernáculo não feito por mãos, isto é, não desta Criação.

A primeira tenda (ou parte do tabernáculo) caracterizava as relações do povo com Deus - e isto somente por meio de um sacerdócio. Não se podia chegar ao pé de Deus. Quando nos aproximamos do próprio Deus, é no céu que nos aproximamos, e todo o primeiro sistema desaparece. Todas as oferendas, segundo o primeiro sistema, eram oferecidas como figuras, e mesmo como figuras mostravam que a consciência não estava ainda descarregada e que a presença de Deus não era acessível ao homem. O ato comemorativo de pecados era continuamente renovado (o sacrifício anual era um memorial de pecados, e Deus não estava ainda manifestado, nem o caminho para Ele aberto).

Cristo vem, realiza o sacrifício, toma a consciência perfeita e entra no Céu. E nós, por meio d 'Ele, nos aproximamos de Deus, na luz. Misturar o serviço do primeiro tabernáculo, ou lugar santo, com o serviço cristão, é negar neste último, porque o significado do primeiro é que o caminho para Deus não estava ainda aberto; o significado do segundo é que o caminho está aberto. Deus pode usar de paciência com a fraqueza do homem. Até à destruição de Jerusalém, Ele foi paciente com os Judeus. Mas estes dois sistemas, isto é, um sistema que afirmava que não se podia ir ao pé de Deus, e um outro que abria o acesso até Ele não poderiam de modo nenhum coexistir.

Cristo veio; Sumo Sacerdote de outro um outro sistema, Sacerdote de bens que, sob o antigo sistema, eram ainda futuros; mas não entrou no lugar santíssimo terrestre, deixando assim o lugar santo subsistir sem verdadeiro significado. Ele veio para o (e não para um) tabernáculo

maior e mais perfeito. Repito, porque isto é essencial aqui: O lugar santo, ou a primeira tenda, é a figura de relação dos homens com Deus sob o primeiro tabernáculo, tomado como um todo único, de modo que podemos servir-nos da expressão "primeiro tabernáculo", aplicando-a à primeira parte do tabernáculo, isto é, ao lugar santo, e passar em seguida ao emprego desta mesma expressão de "primeiro tabernáculo" , considerado como um todo e como um período reconhecido, tendo o mesmo sentido. É o que a Epístola faz aqui. Para se sair desta posição é preciso deixar as figuras passar para o Céu, para o verdadeiro santuário onde Cristo está sempre, não nos barrando a entrada nenhuma véu.

Ora, não nos é dito que tenhamos atualmente "os bens futuros”. Cristo entrou mesmo no Céu, Sumo Sacerdote desses bens, assegurando a sua posse aos que se confiarem a Ele; mas nós temos acesso até junto de Deus (3) na luz, em virtude da presença de Cristo no santuário celeste. Esta presença de Cristo perante Deus é uma prova de que a justiça é perfeitamente glorificada. O sangue é um memorial de que os nossos pecados são tirados para sempre, e a nossa consciência aperfeiçoada. O Cristo, lá no Céu, é o Fiador do cumprimento de todas as promessas. Abriu-nos, desde então, o acesso ao pé de Deus na luz, tendo purificado as nossas consciências, uma vez por todas - porque Ele está no Céu permanentemente - a fim de que possamos entrar e servir a Deus em liberdade neste mundo.

Tudo isto está já estabelecido e assegurado, mas há mais: A Nova Aliança, da qual Ele é Mediador, é fundada sobre o Seu sangue. É, aliás, bem impressio­nante a maneira como o apóstolo evita sempre fazer uma aplicação direta da Nova Aliança.

 

3) É da maior importância compreender claramente que é na presença de Deus que nós entramos, e isto em todo o tempo, e em virtude de um sacrifício e de um sangue que nunca perdem seu valor. a adorador, sob o antigo tabemáculo, não vinha à presença de Deus; ficava de fora. a véu não estava rasgado! Se pecava, era oferecido um sacrifício; se voltava a pecar, um sacrifício era de novo oferecido. Agora o véu está rasgado - e nós estamos sempre na presença de Deus, sem véu!. .. Suceda o que suceder, Ele vê-nos sempre. Vê-nos na Sua presença, segundo a eficácia do perfeito sacrifício de Cristo. Nós estamos ali agora em virtude de um sacrifício perfeito, oferecido pela abolição do pecado, segundo a glória divina, e que fez inteiramente a purificação dos nossos pecados. Eu não estaria na presença de Deus, no santuário, se não estivesse purificado segundo a pureza de Deus - e por Ele. É o que me levou lá. Ora, esse sacrifício e esse sangue não perdem o seu valor. Eu estou, pois, sempre perfeito na presença de Deus, por causa desse sacrifício e desse sangue; foram eles que ali me introduziram.

 

As transgressões imputadas sob a primeira Aliança, e que os sacrifícios que ela oferecia não podiam expiar, são, pelo sangue da Nova Aliança, plenamente apagadas. Assim os chamados­- note-se a expressão (v.15), ­podem receber a promessa da herança eterna. Isto quer dizer que a base é posta para o cumprimento das bênçãos da Aliança. Ele diz: "A herança eterna", porque a reconciliação era completa, como temos visto. Os nossos pecados tinham sido levados e apagados; e a obra pela qual o pecado é definitivamente tirado de diante Deus estava concluída, em relação com a natureza e o caráter do próprio Deus. É o ponto capital de toda esta parte da Epístola.

É por causa da necessidade desse sacrifício, por causa da necessidade que havia de tirar inteiramente os pecados, e de uma matéria definitiva o pecado41, para que se gozasse das promessas eternas (porque Deus não podia abençoar, como princípio eterno e definitivamente, enquanto o pecado estivesse diante dos Seus olhos), que o Cristo, o Filho de Deus, Homem sobre a Terra, é feito Mediador da Nova Aliança, para franquear, pela morte, o caminho para o gozo permanente daquilo que estava prometido. A Nova Aliança, em si mesma, não falava de um Mediador. Segundo ela, Deus escreveria as Suas leis sobre os corações do Seu povo e não Se lembraria mais dos pecados deles.

Esta aliança não é ainda feita com Israel e Judá; mas Deus, enquanto espera, estabeleceu e revelou o Mediador que fez a obra sobre a qual o cumprimento dessas promessas possa ser fundado de uma maneira durável, eterna, é em relação com a natureza do próprio Deus. Isto tem lugar por meio da morte, salário do pecado, pela qual o pecado é deixado para trás. Para a expiação dos pecados, sendo feita segundo a Justiça de Deus, Cristo tomou uma posição inteiramente nova, fora e além do pecado. O mediador pagou o resgate! O pecado já não tem direitos sobre nós.

 

4) A obra em virtude da qual todo o pecado é definitivamente tirado de diante de Deus - abolido está realizada. A questão do bem e do mal foi definitivamente regularizada sobre a cruz, e Deus foi perfeitamente glorificado quando o pecado esteve perante Ele. O resultado não será definitivamente estabelecido antes dos novos céus e da nova Terra, mas os nossos pecados foram levados por Cristo sobre a Cruz; Ele ressuscitou, tendo feito a propriação, testemunho eterno de que eles desaparecem para sempre e de que, pela fé, nós estamos agora justificados e temos a paz. É preciso não confundir estas duas coisas: A abolição do pecado, e o fato de que Deus foi perfeitamente glorificado a respeito do pecado quando Cristo foi feito pecado, obra cujos resultados não estão ainda cumpridos. Quanto à natureza de pecado, ela está ainda em nós. Ora, estando Cristo morto, esta natureza foi condenada na Sua morte; mas tendo isso tido lugar pela morte, nós próprios nos reconhecemos como mortos para essa natureza, enão há nenhuma condenação para nós.

 

continua em "Estudos sobre a palavra de Deus” - Hebreus 9 (Parte 2)