Deus, o Juiz de Todos

Deus, o Juiz de Todos

 

Há uma      acepção, amplamente difundida entre as pessoas, de que todos terão que comparecer perante Deus em juízo. Seria uma ocasião em que as obras seriam pesadas e o destino final decidido. A maioria das pessoas não tem outra esperança senão esta: a de serem um dia julgados por Deus. Elas desconhecem a esperança da salvação (1 Ts 5:8),desconhecem o consolo e a benção daquilo que o Senhor assegurou aos crentes:

"Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida" (Jo 5:24).

É importante atentar para isto: "não entra em juízo". Ao contrário do que muitos pensam, nem todos serão julgados perante o grande trono branco. Os que crêem não entrarão nesse juízo. O crente foi crucificado juntamente com Cristo, os seus pecados. já foram julgados (Rm 6). Deus condenou, no próprio Filho, o pecado (Rm 8: 1-3). Por causa de minhas transgressões foi Ele ferido, e moído pelas minhas iniqüidades. Tudo o que eu devia, Ele pagou. Os meus pecados já foram punidos, o juízo já aconteceu na cruz de Cristo.

Mas nós, os crentes em Cristo, não estamos isentos da disciplina paterna. Ele nos julga e por vezes castiga, para nosso proveito.

O juízo que aconteceu na cruz tampouco implica que os crentes estejam isentos de um tribunal. "Porque importa que todos nós compareçamos1 perante o tribunal de Cristo" (2 C05:10). Mas, embora sejamos submetidos a este tribunal, não seremos julgados naquilo que toca a nossa condição perante Deus - neste aspecto tudo já foi regularizado, e estamos eternamente seguros. Contudo importa que sejamos manifestos. Este não será um julgamento de punição, mas de avaliação. Tudo o que fizemos será então avaliado pela onisciência de Cristo, e nós teremos ocasião de ver as coisas como Ele as vê. É, pois, importante termos em mente que toda obra será provada, e que "se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano" (1 Co 3:15). Estamos nos empenhando para que todas as nossas palavras e obras sirvam para glorificar ao Senhor Jesus, e que tenham a Sua aprovação naquele dia?

1) Literalmente “sejamos manifestos”.

Em Mateus 25:31-33 lemos que o Filho do homem se assentará no trono da sua glória. Todas as nações serão reunidas perante Ele, e Ele porá as ovelhas à sua direita e os cabritos à esquerda. Isto já havia sido profetizado no Antigo Testamento, em Joel 3:2. Este juízo das nações não acometerá a Igreja, restringindo-se somente às nações que houver sobre a terra naqueles dias.

Depois a Escritura ainda fala de um outro juízo, o do grande trono branco (Ap 20:12). Este acontecerá bem mais tarde, quando o reino milenar tiver terminado. É um juízo somente para os mortos. Os vivos não comparecerão aqui, visto que os seus nomes estão escritos no livro da vida. Mas, "se alguém não foi achado inscrito no livro da vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo".

Vamos, então, recapitular os cinco julgamentos divinos que encontramos nas Escrituras:

1. O juízo sobre nossos pecados na cruz. Já aconteceu e não incidirá novamente.

2. A disciplina paterna para a correção dos filhos de Deus.

3. O tribunal de Cristo. É para os crentes, e não se trata de um julgamento para condenação, mas onde sua vida será manifesta e avaliada, e as boas obras recompensadas.

4. O juízo sobre as nações viventes quando da aparição do Senhor Jesus em glória.

5. O juízo dos mortos ao final do reino milenar.

Muitos cristãos desconhecem estas verdades e deixam de i3legrar­se nelas. Que a consideração dos julgamentos que ainda nos tocam, a disciplina paterna e o tribunal de Cristo, nos estimule a viver na presença de nosso Senhor como tais que, embora já julgados em Cristo, ainda havemos de ser manifestos perante Ele!

 

A família segundo o plano de Deus