As festas do Senhor (parte 6)

As festas do Senhor (parte 6)

 

7· FESTA DOS TABERNÁCULOS

"E falou Jeová a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No décimo quinto dia deste mês sétimo é a festa das tendas por sete dias a Jeová. No primeiro dia haverá uma santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Sete dias apresentareis uma oferta queimada a Jeová; no oitavo dia tereis uma santa convocação; e apresentareis oferta queimada a Jeová: é uma reunião solene, nenhuma obra servil fareis" (v. 33-36, Versão New Translation).

Nessa última festa temos o grande dia do gozo de Israel no reino. Essas três últimas festas, todas no sétimo mês, demonstram os últimos grandes exercícios daquela nação. Despertados e animados pela Palavra profética que sairá ao encontro deles, serão levados a reconhecer seus pecados. O arrependimento nacional os introduzirá no perdão nacional e na restauração pública como o povo de Jeová. Naquele dia reverão todos os caminhos de Deus com eles, começando com a libertação do Egito até o estabelecimento deles no reino de Deus em poder, Marcos 9:1.

Por três vezes na história da nação eles experimentaram o poder libertador de Deus. Primeiro no Egito, quando Ele os retirou com um braço estendido. Em segundo, da Babilônia, debaixo do édito de aro, o persa. Terceiro, de todas as nações no fim dos tempos dos gentios. Eles viveram aparentemente em tendas quando primeiro saíram do Egito. Um sinal de que eram, no momento, peregrinos sem lar, pois eles estavam movendo-se em direção a Canaã. Foi esse aspecto original das tendas que se tornou o âmago da festa do memorial. É interessante notar que quando saíram da Babilônia numa data posterior, guardaram a Festa dos Tabernáculos, Esdras 3:4. Aqui mais uma vez celebraram uma libertação pelo seu Deus. Assim será até o fim. Além disso, lemos em Zacarias 14: 16 que qualquer nação que se recusar subir à festa dos tabernáculos estará sujeita ao juízo de Deus. Deus pretende que todas. estas nações estejam subindo à terra para testemunhar o que Ele tem feito pelo Seu Povo. "Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o Senhor dos exércitos, e para celebrar a festa dos tabernáculos" (Zc 14:16).

Essa festa parece, mais que todas as outras, ser um tempo de alegria. Quando Israel tiver realizado a ceifa, nesse caso a vindima, eles habitarão em tendas e desfrutarão a bem-aventurança de seu Deus, enquanto as tendas testemunharão a Sua grandiosa obra de libertação. A colheita sempre precede a vindima, pois é sempre "cereal e vinho", nunca "vinho e cereal". Dispensacionalmente, a ceifa aponta para o juízo discricionário (sem restrições) e a vindima para o juízo sem misericórdia. O juízo da ceifa deve ser primeiro, visto que este envolve a separação do que é bom do que é mau, Mt 13:49; 24:20. Tendo assegurado o bom, tudo que for deixado é mau. Isso ocasionará o juízo da vindima, Ap 14:14. É depois de esses juízos haverem varrido a terra que Israel será finalmente libertado e celebrará em grandiosa conclusão a festa dos tabernáculos. O seu primeiro livramento envolveu o juízo de Faraó e do Egito. O seu segundo livramento envolveu o juízo de Belsazar e da Babilônia. O seu último e final livramento envolverá Satanás e as nações. Que festa será esta naquele dia! Embora a Satanás seja consentido no final reunir todas as nações contra Israel, não parece que a ele é permitido tocá­-los, pois fogo cairá dos céus e consumirá toda a sua legião.

Uma outra característica interessante vem à luz nesta festa. Temos menção do oitavo dia. E este dia, que é chamado o grande dia, no qual o nosso Senhor exclamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba" (Jo 7:37). Somos informados no começo deste capítulo que era a festa dos tabernáculos, v.2. Este oitavo dia tem em vista a ETERNIDADE. Quando os caminhos de Deus tiverem alcançado um glorioso resultado no mundo vindouro, tudo que o nosso Deus tem assegurado para Sua eterna satisfação entrará no novo céu e na nova terra. Aprendemos de Apocalipse 21:3 que a Assembléia preencherá a parte naquele dia de "Eis o tabernáculo de Deus com os homens". Estes homens serão, indubitavelmente, Israel e a parte salva das nações com eles. Aparentemente naquele dia não haverá divisões entre as nações. A única divisão que parece existir é entre o grupo celestial e o terreno. Está claro que a congregação será o grupo celestial e Israel com a parte salva das nações será o grupo terreno. Deus não tem somente designado a congregação para a glória na eternidade, mas também Israel e parte dos gentios, cada um em seu respectivo lugar e todos radiantes com a glória de Deus.

Cremos tudo isso estar envolvido no oitavo dia desta festa.

Este era o dia no qual o Senhor exclamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba". As nações há muito têm tornado as "festas de' Jeová" em "as festas dos judeus". Conseqüentemente, em lugar de serem saciados com as bênçãos de Deus nessas festas, continuam infrutíferos e sedentos. A lei deles falhou em introduzi-los nesta bênção por causa de seu miserável fracasso em não guardá-la; a sua única esperança é voltarem-se ao Filho de Deus. Ele promete a todos que vierem a Ele o dom do Espírito. Isso é o que o Senhor associa com o oitavo dia ­o dom do Espírito. Temos anteriormente. olhado essa festa como vinda depois do cereal e o vinho tendo sido armazenado, mas agora uma outra coisa interessante é acrescentada a estas duas coisas no livro de Deuteronômio - azeite. Cinco vezes lemos neste livro de "cereal, vinho e azeite". O dia do restabelecimento e da bênção de Israel será caracterizado por um derramar do Espírito, muito além de qualquer coisa já dantes conhecida deles, Joel 2:28. "Naquele dia eu serei obsequioso, diz o Senhor, obsequioso aos céus, e estes à terra; a terra, obsequiosa ao trigo, e ao vinho, e ao óleo; e estes a Jezreel" (Os 2:21-22). Jezreel significa "Deus semeia." As águas que saem do templo, Ez 47; e o tabernáculo ungido com óleo, Lv 8:10; tudo fala do dia quando o Espírito de Deus em todos penetrará. Isso fala de tudo que Deus tem determinado para Seu permanente deleite em Israel, seguros no poder do Espírito de Deus. É o dom do Espírito que o nosso Senhor associa com o oitavo dia.

Uma outra idéia nesse oitavo dia é a ressurreição. Israel ainda será levado a desfrutar da vida além do poder da morte. Eles Não morrerão fisicamente e nem serão ressuscitados de novo, mas serão levados a participar daquela vida na ressurreição, que agora veio a ser oferecida em Cristo na ressurreição. Nós temos esta vida hoje. Israel a terá em seu dia no reino (Dn 12:2; Mt 25:46), no estado eterno. Temos um retrato disso no monte da transfiguração em Lucas 9:28-36. É-nos dito por Lucas que esse evento aconteceu cerca de oito dias depois. Vemos os santos do Antigo Testamento em vida na nuvem de glória. Em Pedro, Tiago e João, o remanescente. Adormecidos no momento, porém então despertados, eles contemplarão a glória do Seu Messias e do grupo que está com Ele naquela glória. "Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão", (Dn 12:2). Aqui, neste quadro, vemos o reino estabelecido e Israel em seu lugar naquele dia. Este oitavo dia é chamado de "reunião solene". Verificamos que esta palavra significa restrição. Como reunidos em santa convocação na presença de Deus, a majestade, glória e santidade de Deus encherão suas almas com homenagem reverencial. Restrição, em santa sujeição de espírito, que em si mesmo torna-se um lugar igual a este. Não obstante, eles curvarão suas cabeças e adorarão.

Neste grande capítulo temos esboçado o grande fim pelo qual Deus está operando em relação a Israel. Já, como temos visto, as quatro primeiras festas têm sido realizadas na Assembléia, onde o remanescente tem agora sua parte, desde que tenha aceitado o Evangelho. Isso representa para eles ter parte naquele grupo celestial. Israel, como uma nação, ainda tem que ser introduzida, e formará o grupo terreno. Mesmo nos profetas, temos uma prenunciação disso. "Ponho as minhas palavras na tua boca, e te protejo com a sombra da minha mão, para que eu estenda novos céus, funde nova terra" (Is 51:16). No verso 13, temos os céus e a terra criados, mas no verso 16 temo-los cheios. Aquele que os criou é o Mesmo que os encherá. Ele estenderá os céus com a Assembléia e fundará a terra com Israel. Este, o grupo celestial e aquele, o terreno. Todos serão vistos no reino em seu devido lugar, quando o tempo dos caminhos de Deus findará e ele entrará em Seu repouso. Este é o grande fim para o qual Ele está operando, como vimos no início deste capítulo. E Ele graciosamente nos esclarece os pensamento de Sua mente, a fim de que saibamos o que está fazendo, e como alcançará aquele restante. Passo a passo temo-lo todo esboçado neste capítulo.

Baseado na morte de Cristo como visto na Festa da Páscoa; a rejeição do mal através da introdução do que é bom, como visto na Festa dos Pães Asmos; a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, como visto nos Feixes Movidos; a formação do grupo cristão, como visto na Festa da Nova Oblação; a renovação da nação de Israel, como visto na Festa das Trombetas; o arrependimento nacional de Israel, como visto na Festa da Expiação; a glória futura do reino no mundo vindouro e o passar de tudo para a eternidade como visto na festa dos Tabernáculos; - o dia da apresentação no mundo vindouro manifestará a resposta de Deus a toda a devastação que o pecado tem introduzido neste mundo, "Pois a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas cobrem o mar" (Hc 2: 14). Dessa forma, o repouso de Deus estará assegurado. Então, quando os dias do reino tiverem passado, Deus reunirá do presente céu e terra tudo que Ele tem assegurado para Sua eterna glória e deleite e, estabelecendo-o no novo céu e na nova terra, repousará em Seu amor por todos. Isso é indicado no oitavo dia da festa dos tabernáculos.

Que o Senhor graciosamente nos ajude a entender essas coisas um pouco mais completamente hoje, porque, sendo inteligentes em relação a Seus caminhos no presente momento e sabendo alguma coisa daquilo que Ele está fazendo para Sua eterna glória, quer seja na esfera celeste ou na terrena, possamos nos mover em concordância e comunhão com Ele, servindo-O aceitavelmente com reverência e temor piedoso, até que a manifestação dessa glória tenha despontado na "manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus" (Tito 2:13).

Fim

“Um pouco! Já nos vem buscar;
As horas, pois, convém remir;
Cuidemos só em Lhe agradar;
E os passos Seus aqui seguir.
Esperamos esse alvor
Como os que aguardam seu Senhor.

'Um pouco!" Vem, Senhor Jesus! A
Noiva anela o seu Senhor. Suspira
ver,
na plena luz,
O rosto do seu Salvador,
Estar com Ele no porvir,
E os Seus louvores repetir.

 

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