Andar por Fé (Parte 1)

Andar por Fé (parte 1)

*Ler o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a provadas coisas que se não vêem. Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus foram criados; de maneira que, aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hebreus 11: 1 e 3).

Não se pode negar a existência, no mundo, de um princípio que opera de forma vital, e que em todo o tempo e em todo o lugar tem excitado vivamente o ódio e a oposição do homem. Sempre assim foi, desde Abel até hoje. Este princípio vital é a fé.

O mundo seguiu o seu curso e continua a fazê-lo em volta de nós. Com efeito, no meio deste torvelinho de paixões, lutas e interesses, houve e há um motivo que se mantém e que desperta a hostilidade e o juízo depreciativo do mundo. É a história desta cidade em que vivemos, e é, do mesmo modo, a história de Caim e de Abel. Sempre foi assim desde o princípio e em todos os países. Em toda a parte, o povo de fé tem sido o alvo da inimizade do homem, mas Deus reconhece esse povo como coisa propriamente Sua: "E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões; foram apedrejadas, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados, dos quais o mundo não era digno...” (Hebreus 11:36-38).

Deus dá-nos aqui a história desse povo, sob o Seu ponto de vista. Não intervém de modo portentoso; deixa-os andar "peregrinos, necessitados, afligidos, mal-tratados". Deus não Se ocupa do mundo (como instituição) e o mundo segue o seu próprio caminho. Não será sempre assim, mas atualmente é: "Visto como se não executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para praticar o mal" (Eclesiastes 8: 11).

Caminham segundo os seus próprios pensamentos, "segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades ao ar, espírito que agora opera nos filhos da desobediência" (Efésios 2:2).

Este não é o mundo de Deus. a Senhor ocupa-se tão pouco dele que quando os Seus próprios filhos, aqueles que Ele reconhece, são" afligidos e maltratados" , não intervém. a mundo abandonou a Deus e Deus não reconhece o mundo. É o que vemos na mensagem ao anjo (o mensageiro) da igreja de Esmirna: "Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o Diabo está para lançar em prisão alguns de entre vós, para Serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Apocalipse 2: 10). Como pode ser isto? Acaso Deus não podia intervir? Note-se que há esperança para uma cena posterior: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida”.

Se alguém quer andar com Deus deve andar por fé, porque anda no meio de um mundo que já não reconhece nem os direitos, nem a existência de Deus, e no qual Deus não intervém - um mundo que vai amadurecendo para o Juízo Final. Deus envia um testemunho, e, na medida em que formos fiéis a esse testemunho, o príncipe deste mundo nos perseguirá. Disse Jesus: "Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem" (Mateus 17: 12). Tal é o carácter do "uso deste século", ou da "corrente deste mundo".

Deus pode dirigi-lo inteiramente por meio de uma providência secreta e dominar, mas o carácter do mundo é tal como se expôs. A Fé tem o seu testemunho próprio e mantém-no, sabendo que Deus não reconhece o mundo: "Graças te damos, Senhor Deus, Todo­-poderoso, que és, e que eras, e que hás de vir, que tomaste o teu grande poder, e reinaste. E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a Terra" (Apocalipse 11:17-18). É, pois, preciso viver pela fé nas coisas que se não vêem.

Isto constituía, de modo particular, uma prova para os Hebreus. A sua religião era essencialmente visível. Eram guiados por um sistema estabelecido; tinham um templo visível, uns sacrifícios, um sacerdócio e um conjunto de ritos que enchiam os sentidos. Enquanto ao Messias, também esperavam vê- LO (mas quando realmente O viram, aborreceram-NO e condenaram-NO à morte ~ e aquele Messias subiu ao Céu). Assim, fazendo-se cristãos, perdiam tudo quanto tinham e não ganhavam nada em absoluto; nada que fosse palpável para a carne. Estavam, pois, constantemente expostos à tentação de renegarem um Messias que não se via, para voltarem às coisas que se viam (ou seja, ao culto judaico, com a sua pompa).

No capítulo 11 da Epístola aos Hebreus, o autor resume e faz ver que, em todo o curso da história do homem, quem quer que fosse que tivesse "recebido o testemunho", o tinha recebido por fé. Os homens tomam-nos por loucos (e como definição de loucura poderia representar-se um homem que operasse com a maior perseverança, perseguindo um objectivo que ninguém vira nem crera real). A autoridade do crente é a Palavra de Deus. Desde o momento em que opere apontando a um objetivo visível, deixa de atuar como cristão. Neste sentido, Cristo viveu a vida da fé.

O que nos apresenta este capítulo da Epístola aos Hebreus é a vida da fé - e não a salvação ou a paz achada por meio da fé. Há só uma exceção (ou que pode sê-lo, em certa medida) - a de Abel. Mas, para tudo o mais, a fé é considerada como o poder pelo qual caminhavam esses santos ou crentes.

A Fé, Aplicada À Paz Da Alma;

A Fé, Como Poder Para Caminhar.

Quando falamos de fé, podemos considerá-la como a fé num testemunho. Por exemplo, quando alguém me conta certa coisa e eu creio no que me diz essa pessoa. Mas também posso ter fé nessa pessoa de outro modo: ao pôr a minha confiança nela. Todavia, confundimos frequentemente ambas as coisas. Assim, existe o testemunho de Deus (e tenho de crer no que Ele disse), e, por outro lado, existe a confiança em Deus, que me induz a cami­nhar, a ir adiante, a andar por fé.

O que nos outorga a paz é o fato de recebermos o testemunho de Deus, é crermos no que Ele disse; enquanto que, para podermos caminhar, necessitamos de ter confiança n'Ele. Mas não

devemos confundir esta confiança em Deus com a fé no Seu testemunho. Ambas as coisas se reúnem em Abraão. Deus chama­-o e, mostrando-lhe as estrelas do céu, diz-lhe: "Assim será a tua posteridade!"; e Abraão "creu no Senhor" (Gênesis 15:5-6). Quando do sacrifício de Isaque, não foi recebido um testemunho, mas Abraão creu em Deus (Gênesis 22:2-18; Hebreus 11:17-19).

Sendo eu pecador, consciente do meu pecado, como posso eu confiar em Deus? Conheço o Senhor como um Deus Santo, que aborrece o mal- como posso eu ter confiança n'Ele? Não me atreveria a apresentar-me perante Ele carregado com o meu pecado. O que é que me pode servir de auxílio? Não será, 'certamente, negar a santidade de Deus; nem tão-pouco que eu possa tirar ou deixar o pecado; mas Deus diz-me que o meu pecado está tirado, e eu creio em Deus. Isto não é simples confiança no poder de Deus; o que me dá a paz é o fato de eu receber e aceitar o Seu testemunho.

Não podemos gozar de descanso quando temos consciência do pecado, a não ser que saibamos que não nos é imputado. É Deus quem vê o pecado tal como ele é, e de nada nos serve estarmos satisfeitos conosco mesmos; é preciso que Deus esteja satisfeito a nosso respeito. Quando alguém intenta estar satisfeito consigo mesmo, produz-se uma luta espiritual, e, em tal situação, ainda não compreendeu que é um pecador sem qualquer merecimento, totalmente corrompido. A miúdo Deus permite que essa luta dure um certo tempo; em semelhante situação procuramos tornamo­-nos melhores, e Deus deixa-nos à vontade; mas tal como um homem que anda por um grande lodaçal, tentando tirar um pé enquanto o outro se afunda cada vez mais, vamos de mal a pior. Nisto há, verdadeiramente, uma obra do Espírito de Deus, levando­-nos até ao ponto em que tenhamos de confessar: "Estou completamente perdido!". Então, o que responde à nossa imperiosa necessidade é o testemunho do Evangelho acerca da obra de nosso Senhor Jesus Cristo, afirmando que todo aquele que crê n'Ele está completamente justificado: "Seja-vos, pois, notório, varões irmãos, que por este (Jesus Cristo) se vos anuncia a remissão dos pecados. E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê" (Atos 13:38-39). Vemos então que, a este respeito, Deus  descansa em Cristo com uma perfeita satisfação. Cristo disse:

"Eu glorifiquei-te na Terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer" (João 17:4); e Deus disse:  "Assenta-te à minha direita" (Salmo 110:1). Compare-se com Hebreus 10:12. Como resultado da obra redentora de Cristo, plenamente aceite, tenho descanso para a minha alma, porque vejo que Deus não tem absolutamente nada contra mim. Creio no testemunho de Deus e tenho a paz.

Andar Por Fé

Outra coisa é andar por fé.

Vem então a prova, o que esquadrinha o meu coração, mas, seja o que for, nada fará vacilar o fundamento da minha paz. Estou certo de que Deus me ama, de que Ele não é outra coisa senão amor. Portanto, posso confiar plenamente n'Ele; conheço o Seu amor, por experiência. Salvou­-me, quando eu era um pecador. Posso confiar n'Ele - e confiar­-me a Ele! - agora que sou um crente, separado para servi-LO.

Neste capítulo 11 da Epístola aos Hebreus, notemos a ordem por que estas coisas nos são apresentadas: A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem (verso 1).

Movidos pela fé, o que é invisível toma-se tão presente, tão real como se estivesse verdadeiramente diante dos nossos olhos; mais ainda, estamos frequentemente tão desenganados das coisas que se vêem que não há decepção possível naquelas que o Espírito Santo comunica ao coração.

Pela fé entendemos que os mundos, pela palavra de Deus foram criados (verso 3). A seguir defrontamo-nos com os sacrifícios, o grande fundamento sobre o qual a criatura destronada pode aproximar-se de Deus. Examinemos um pouco aquilo que distingue e caracteriza:

 

O Sacrifício de Abel

Caim ofereceu a Deus o que tinha conseguido com o suor do seu rosto; apresentava a Deus o fruto do seu trabalho. Isto não procedia de um homem carecendo de religião, uma vez que sacrificava a Deus, que adorava ao Senhor, no entanto, foi totalmente rejeitado. Por quê?

Porque o seu culto estava fundado sobre algo que não era a fé. Sen­do pecador, estando excluído do paraíso, Cairo acercava-se de Deus como se tudo estivesse em ordem, como se o pecado e a rebeldia não existissem - e há muitos que operam à semelhança de Caim, crendo que, com uma natureza caída, podem prestar culto a Deus, podem render-Lhe homenagem. E qual era a oferta de Caim? Justamente aquilo que levava impresso o selo da maldição. Com efeito, Deus tinha dito:

"Maldita é a Terra por causa de ti; com dor comerás dela, todos os dias da tua vida. Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tomes à terra, porque dela foste tomado: porquanto és pó, e em pó te tomarás" (Gênesis 3:17 -19).

Caim ofereceu o fruto da terra maldita... A isto pode chegar um homem que pensa poder cumprir as suas obrigações religiosas, como soe dizer-se; mas, atuando assim, esquece por completo a sua condição real: a de ser um pecador sobre quem assenta a condenação e a morte.

Abel, pelo contrário, atuou de modo muito distinto: ofereceu um cordeiro degolado, sacrificado; aproximou-se de Deus por meio da morte (em princípio, por meio da expiação de Cristo}. Coloca entre Deus e ele o testemunho de um sacrifício, do qual tinha sido provido, e oferece-o por fé. Antes que a obra do Senhor Jesus Cristo fosse cumprida, foi revelado que ela seria levada a cabo. Para valer-me de um exemplo, é como se eu dissesse a alguém que estivesse preso por dívidas: "Amigo, eu pagarei todas as tuas dívidas!". De igual modo, tudo o que (da obra redentora de Cristo) gozamos agora como coisa cumprida, não era, naquele tempo, mais do que um objeto de esperança. Como está escrito: "Ao qual Deus propôs para propiciação, pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça, neste tempo presente, para que ele seja justo, e justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:25-26). Agora não olhamos para um sacrifício futuro; ou, para voltarmos ao nosso exemplo: não temos apenas a promessa da sairmos da prisão; estamos já em liberdade! Temos o testemunho de que se trata de algo já concretizado, e o Espírito Santo é o selo do dito testemunho. O Espírito Santo não pode dar outro testemunho às nossas almas senão o de que tudo está cumprido, que a dívida está paga, que a obra está consumada.

Em 1 Pedro 1:11-12 fala-se de duas coisas: dos sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e da glória que se lhes havia de seguir. Os crentes do Antigo Testamento esperavam ambas as coisas; porém, quanto a nós, estamos situados entre as duas: os padecimentos de Cristo já ficam para trás, e esperamos a glória. O Espírito Santo foi enviado neste intervalo para testificar de uma redenção que está perfeitamente cumprida. Portanto, a dita redenção não é, para nós, um mero objeto de esperança; não esperamos que os nossos pecados sejam apagados, pois o estão! É este o fundamento sobre o qual descansamos. E também Deus, ao aceitar a obra redentora de Seu Filho, descansa nela, o que constitui ainda um motivo para a nossa paz.

 

Enoque

"Pela fé, Enoque foi trasladado, para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto que, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a Deus" (verso 5).

O andar de Enoque apresenta-nos em si mesmo algo ainda mais profundo, visto que, naturalmente, nenhum cristão é arrebatado ao Céu como Enoque e Elias o foram. O que podemos apreciar no comportamento de Enoque é que não só podemos aproximar-nos de Deus (a fé não nos manifesta apenas isto), mas também que, mais à frente existe algo que deixou a morte completamente de lado. Agora a morte é nossa; já não existe como "rei dos terrores" . Todas as coisas são nossas; a vida é nossa, e a morte é nossa, pois nós somos de Cristo, e Cristo é de Deus (1 Coríntios 3: 22-23).

Em Enoque achamos um "andar com Deus"; um poder de vida com Deus tal que a morte não aparece. A vida do Filho de Deus é nossa, e não apenas a Sua morte. Não só existe a preciosa verdade de que um sacrifício foi cumprido de tal modo que dá paz às nossas almas, como também que todo o poder de Satanás foi destruído por meio da morte. Deus permite que Satanás faça todo o mal que puder, e o Filho de Deus teve de suportar pacientemente tudo quanto podia fazer o "príncipe deste mundo", mas foi assim que Ele o aniquilou.

"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que. agora vivo, na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gálatas 2:20);

"Pelo que estamos sempre de bom ânimo, sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor; mas temos confiança, e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5:6 e 8).

Como crentes, o que esperamos não é sermos "despidos" (despojados do corpo), mas sim "revestidos" (para que aquilo que em nós é mortal seja absorvido pela vida); mas, se morrermos, a vida que possuímos permanece intacta e estamos "presentes com o Senhor" .

Duas coisas há que a fé reconhece e que me são apresentadas aqui: primeiro, o sangue da expiação pelo qual é abolido o pecado; logo, um poder de vida não só como povo de Deus, mas também com Deus; de onde advém que o poder da morte já não existe. Estamos identificados com um Cristo vivo, uma vez que somos salvos pela morte de Cristo.

Nem no caso de Abel, nem no caso de Enoque se faz menção de "condenar o mundo". Deus dá testemunho à oferta de um, e o outro" andava com Deus" . Mas é preciso notar o que nos é dito no verso 7 deste capítulo de Hebreus. Atravessamos um mundo, e Deus deu-nos um testemunho acerca deste mesmo mundo e daquilo que o espera, ou seja: um Juízo certo. Deus "tem determinado um dia em que, com justiça, há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu a certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos" (Atos 17:31).

 

Movido pela Fé, Noé...

"Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda se não viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé" (verso 7).

Estando advertido do que aconteceria ao mundo, Noé crê no Juízo e identifica-se com o caminho da salvação que Deus lhe revela e "condena o mundo".

Vemos que a "condena o mundo". Aqui, não se trata de crer simplesmente num sacrifício que salva, ou de ter o poder de andar com Deus, mas sim que se nos mostra que a declara, com respeito ao mundo, que este está totalmente afastado de Deus, e que vai ser julgado. Nós temos o testemunho da Palavra de Deus que nos revela que o Juízo vai abater-se sobre o mundo.

Como cristão, mais de um crente se alegraria de poder "andar com Deus", mas retro­cede ante o pensamento de romper com o mundo, quando precisamente (pelo claro teste­munho de Deus quanto ao Juízo que espera o mundo) deveria viver de modo tal que, praticamente, condenasse o mundo.

Se tivéssemos a fé de Noé, assim como a de Abel e de Enoque, não. poderíamos simpatizar com o mundo. Se é certo que o Senhor salvou o Seu povo, é também certo que Ele vem para julgar o mundo, e aqueles que são do Senhor têm a sua parte com Cristo e em Cristo, de modo que, quando Ele vier, virão também com Ele. Tão certo como Cristo ter ressuscitado de entre os mortos é Ele ser o Varão que Deus destinou para julgar o mundo, a este "presente século mau" (veja-se Gálatas 1:4), e também é certo que não há Juízo para nós, se crermos n'Ele. Aquele que me diz que haverá um Juízo é o mesmo que me assegura que não o haverá para mim. E como posso eu saber que haverá um Juízo? Sei-o, porque Deus ressuscitou a Cristo de entre os mortos. E o que é que Deus nos diz mais, quanto à ressurreição de Cristo? Que todos os nossos pecados estão apagados, porque Ele ressuscitou para nossa justificação.

 

Continua em Andar por Fé (Parte 2)